Óleo de soja despenca e arrasta grão na Bolsa de Chicago na tarde desta 4ª feira

Publicado em 01/02/2023 14:52

Os futuros do óleo de soja caem quase 3% na Bolsa de Chicago na tarde desta quarta-feira (1) diante da divulgação dos dados dos estoques de diesel nos Estados Unidos, segundo informa a Agrinvest Commodities. "O óleo afunda na CBOT com um aumento maior do que o esperado dos estoques de petróleo, gasolina e diesel nos EUA. Para o diesel, o mercado esperava uma redução de 1,3 milhão de barris e o número atual foi de um aumento de 2,3 milhões", explicam os analistas da consultoria. 

Neste contexto, o diesel despenca quase 4%, puxando para baixo também o óleo de soja e, consequentemente, o grão também. Perto de 14h40 (horário de Brasília), os preços do derivado cediam até 2,9%, como o contrato março, que vinha sendo cotado a 60,54 cents de dólar por libra-peso. 

Assim, no mesmo momento, as perdas na soja em grão variavam entre 14,50 e 23,75 pontos, levando o março a US$ 15,14, o maio a US$ 15,09 e o julho a US$ 15,00 por bushel. Acompanhando os demais itens do complexo, as baixas se estendiam também para o farelo. Na contrapartida, o dólar sobe frente ao real nesta quarta-feira e volta aos R$ 5,10. 

"Este movimento (dos combustíveis) reflete a contração na economia americana, decorrente das altas de juros para controle de inflação. Porém, ainda hoje teremos a divulgação da taxa de juros dos EUA, que pode manter ou mudar a tendência do dia a depender do nível e da orientação do Federal Reserve (o banco central norte-americano)  para as próximas reuniões", explica a Agrinvest. 

Os ajustes acontecem mesmo com as preocupações com a seca na Argentina e as perdas por lá se agravando ainda muito presentes entres os traders. Os mapas mostram a continuidade do tempo seco pelos próximos dias por lá e o potencial produtivo vai ficando ainda mais comprometido. 

A demanda chinesa pós-feriado do Ano Novo Lunar também está sendo acompanhada, uma vez que a nação asiática voltou com perspectivas melhores e a reabertura de sua economia. 

"Alguns sinais positivos, outro negativos. Um positivo, e o mais forte deles, é não ter mais o 'zero-Covid' e isso já é uma vitória tremenda", explica Eduardo Vanin, analista do complexo soja da Agrinvest Commodities. O cenário permitiu, inclusive, que o FMI (Fundo Monetário Internacional) revisasse para melhor suas perspectivas para o crescimento econômico mundial e chinês, particularmente. 

Acompanhe sua entrevista na íntegra ao Notícias Agrícolas nesta quarta-feira:

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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