Soja intensifica baixas e perde mais de 20 pts em Chicago observando clima na Argentina e financeiro
As baixas que eram tímidas no início do primeiro pregão de 2023 se intensificaram para os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago. Perto de 13h30 (horário de Brasília), as cotações perdiam de 21,25 a 23,50 pontos nos principais vencimentos, levando o janeiro a US$ 14,98 e o maio a US$ 15,06 por bushel.
Segundo explica o analista de mercado da Agrinvest Commodities, Eduardo Vanin, "as chuvas no feriado do Ano Novo na Argentina trazem o movimento. O mercado ainda diverge sobre a sanidade das lavouras, visto o clima difícil de dezembro e as previsões ainda nada animadoras para os próximos dias".
A nova safra da Argentina vem sofrendo com adversidades desde os primeiros trabalhos de plantio, amargando uma das mais severas estiagens da história. Neste final de semana, boas chuvas foram registradas - com os maiores volumes se concentrando no sul do Córdoba, La Pampa, San Luis, noroeste e sul de Buenos Aires, de acordo com o Serviço Meteorológico Nacional (SMN) e o Centro de Pesquisas de Recursos Naturais do INTA.
"A Argentina recebeu chuvas esperadas durante este último final de semana, trazendo certo alívio para os produtores do país. A maioria da região produtora de Soja, que engloba Cordoba, Santa Fe e Buenos Aires, com volumes de 5 a 30 mm. Porém, estimativas de mercado já colocam a produção de soja Argentina abaixo de 40 milhões de toneladas", explica o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.
E mais do que isso, "os modelos GFS (desta manhã) e o Europeu (gerado de madrugada), concordam em suas previsões de clima seco para todo o território da Argentina ao longo dos próximos 10 dias".
O mercado reflete também um movimento intenso de aversão ao risco que tomou conta dos ativos nesta terça-feira. O petróleo cai mais de 3,5% no WTI, com o barril chegando a US$ 77,36 por bushel, o farelo cede mais de 1,6% para US$ 463,60 por tonelada curta, enquanto o óleo tem leve baixa de 0,03%. Já no trigo, perdas superiores a 1,5% e no milho de quase 1%.
Do mesmo modo, o dólar index tinha alta de 1,2% para ser cotado a 104,483 pontos. No Brasil, a alta da moeda americana era de 0,8% para R$ 5,40, o que ajuda na pressão sobre os futuros da soja, já que aumenta a competitivade do produto brasileiro.