Soja: Brasil segue com poucos negócios diante de baixas em Chicago e tímida alta do dólar nesta 4ª

Publicado em 05/10/2022 18:17

Os futuros da soja encerraram o pregão desta quarta-feira (5) com quase 1% de baixa na Bolsa de Chicago, enquanto o dólar subiu apenas 0,31% - fechando em R$ 5,18 - e a combinação fez com que mais mais um dia de poucos negócios se configurasse no mercado brasileiro. 

Os indicativos mais baixos tanto nos portos, quanto no interior do Brasil afastam os produtores da ponta vendedora e este tem sido um movimento registrado desde o início da semana, quando a moeda americana despencou mais de 4% diante do resultado do primeiro turno das eleições presidenciais. 

Segundo levantamento da Brandalizze Consulting, os portos apresentaram, nesta quarta, referências entte R$ 181,00 e R$ 182,00 por saca nos vencimentos mais próximos, R$ 183,00 para novembro e algo entre R$ 185,00 e R$ 187,00 para janeiro. 

"Estão sendo registrados somente boatos de uma e outra negociação
localizada de troca por insumos, onde a revenda estaria fazendo pacote de insumos para 2023/24 pagando ágio na soja disponível, ou seja, produtor entregando a soja atual para recebimento dos insumos no final do ano que vem e com isso recebendo um ágio financeiro de R$ 2,00 a R$ 5,00 acima no balcão, mas apenas com fechamentos pontuais", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado.

E o especialista complementa dizendo que os produtores têm preferido segurar a soja para novos negócios e focam, neste momento, o bom andamento do plantio, inclusive esperando também pelo resultado final das eleições presidenciais em, voltando a negociar apenas depois do final deste mês. 

De acordo com números apurados pela consultoria, a semeadura da soja 2022/23 já alcança perto de 10% da área, superando o ritmo do ano passado e o a média dos últimos anos. Os trabalhos de campo continuam a ser liderados por Paraná e Mato Grosso. 

BOLSA DE CHICAGO

Na Bolsa de Chicago, a soja fechou o dia perdendo mais de 10 pontos, com o novembro valendo US$ 13,69 e o maio - referência para a safra brasileira - com US$ 13,97 por bushel. 

Os fundamentos que hoje configuram o cenário para as cotações já são conhecidos pelos traders, que esperam por novas notícias para se direcionar. Equanto isso, sentem a pressão do da colheita americana - apesar do ligeiro atraso em relação ao ano passado e à média - bem como do plantio no Brasil. 

Do mesmo modo, a influência do financeiro e as incertezas que ainda rondam a economia global também mantém pressão não só sobre a soja, mas sobre as commodities de uma forma geral. A quarta-feira é de aversão ao risco um pouco mais presente, refletida na alta de mais de 1% do dólar index, voltando a superar os 111 mil pontos, máximas em 20 anos. 

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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