Soja: Mercado no BR tem início de semana sem negócios diante de novas baixas em Chicago
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago registraram mais uma sessão de baixas expressivas nesta terça-feira (14) terminando o dia com perdas de 16,25 a 19,50 pontos nos principais contratos, levando o novembro a encerrar o pregão com US$ 13,86 e o janeiro a US$ 13,93 por bushel. Apesar das baixas, como explicou o consultor Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, o mercado ainda tenta se segurar próximo dos US$ 14,00 à espera, principalmente, de mais definições sobre a nova safra dos Estados Unidos.
As condições de clima no Corn Belt registraram ligeira melhora nos últimos dias, o que, inclusive, levou o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) a promover um leve aumento no índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições no país em seu reporte semanal desta segunda-feira (1), o que ajuda a pressionar o mercado e o que é também um sinal importante para o produtor brasileiro.
"Passando essa fase desse mês de agosto, quando entrar em setembro a fase americana vai se definindo. E se não tivermos problemas aqui na América do Sul, os bons momentos, o cavalinho encilhado, vão passando. Historicamente, os melhores meses de Chicago são entre julho e agosto, e os piores momentos são a partir do momento em que os americanos começam a embarcar, a partir de novembro", detalha Brandalizze.
A ida de Nancy Pelosi a Taiwan ajudou a intensificar o nervosismo nos mercados todos.
Dessa forma, a orientação é clara. "Não dá para deixar o trem passar. O mercado vai tentar se segurar de US$ 14,00 a US$ 14,50, acredito que vai se segurar um pouco, mas depois vem mais uma onda, uma pressãozinha de negócios, e assim não dá para deixar passar. O produtor vai chegar ao final do ano com um grande volume de soja, uma nova grande safra, e o mercado internacional acomodado", diz.
Com novas perdas em Chicago e apesar da alta do dólar, os preços no mercado de balcão cederam no Brasil, sendo somente no Rio Grande do Sul uma perda de R$ 6,00 por saca, como relatou Brandalizze. Nas demais regiões os indicativos também caíram, com baixas de R$ 3,00 a R$ 5,00, sem novos negócios sendo registrados. "Os vendedores sumiram", disse.
Nos portos, as referências têm variado de R$ 187,00 a R$ 190,00 por saca, a depender dos prazos de entrega e pagamento. Para a soja entregue em agosto e pagamento em janeiro, o mercado falou em R$ 194,00, ainda de acordo as informações levantadas pelo consultor. "O mercado caiu quase R$ 10,00 nos portos com essa onda externa de baixa e o dólar que ficou abaixo dos R$ 5,20 (nos últimos dias)", explica Brandalizze.
BOLSA DE CHICAGO
Os traders seguem dando espaço às informações de clima dos EUA - que conta com melhores condições agora, especialmente de temperatura, mesmo que não de forma generalizada - e aos novos dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que aumentou ligeiramente o índice de lavouras de soja em boas condições no país em seu reporte desta segunda-feira.
O índice passou de 59% para 60%, e superou as expectativas do mercado de 58%. Há um ano, o número era também de 60%. São ainda 29% dos campos em condições regulares, bem como 11% classificadas como ruins ou muito ruins. 79% das lavouras de soja estão em fase de florescimento, contra 64% da semana passada, 85% de 2021 e 80% de média plurianual. 44% dos campos se encontram em estágio de formação de vagens, enquanto eram 26% nba semana anterior, 56% no ano passado e 51% de média.
No paralelo, segue o foco sobre a demanda e as relações entre China e Estados Unidos ameaçadas, além da manutenção da guerra entre Ucrânia e Rússia e do financeiro ainda enfrentando nebulosidade e incerteza.