Óleo de soja lidera as baixas na Bolsa de Chicago nesta 4ª feira, grão acompanha e cede mais de 1%
O mercado do complexo soja continua registrando baixas expressivas nesta quarta-feira (22) na Bolsa de Chicago, com o óleo liderando as perdas entre os produtos. Depois de testarem perdas de quase 4%, perto de 12h40 (Brasília), o primeiro vencimento do derivado tinha 2,5% de baixa para ser cotado a 68,62 cents de dólar por libra-peso. No farelo, as baixas eram mais contidas, enquanto no grão passavam de 1%, com o julho sendo cotado a US$ 16,71 e o setembro, US$ 15,08 por bushel.
"A pressão vem do mercado global de óleos. Forte queda na Malásia, Índia e China. O óleo de palma caiu quase 10% hoje, aumentando a queda em relação aopico do ano, com um queda acumulada de quase 40%. Menor crescimento global e mais oferta. O petróleo em queda também acaba tirando força deste mercado", explica Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities.
Ainda no início da tarde desta quarta, as perdas no petróleo passavam de 3%, com o WTI sendo cotado a US$ 106,03 por barril, pressionado - além dos fatores ligados ao macrocenário e aos temores de menor crescimento global impactando no consumo e alimentando a aversão ao risco - pela notícia de um plano trazido pelo presidente americano Joe Biden para reduzir os custos de combustíveis para os motoristas.
O mercado de commodities agrícolas continua sentindo a agressiva pressão vinda do financeiro. A aversão ao risco é crescente, os fundos seguem desfazendo suas posições nestes ativos e buscando outros mais seguros frente a tantas incertezas. Assim, perdem não só as agrícolas, mas as commodities de uma forma geral.
"Fundos continuam saindo de posições, optando por posição semelhantes a dinheiro vivo como duplicatas de empresas com até 30 dias (baixo risco de default). Tudo isso em dólar. A posição comprada em dólar continua crescendo. A liquidez está esfriando rápido. Fundos especializados em papeis de dívida de alto risco continuam reportando retiradas. A inflação não para", afirma ainda Vanin.
Os fundamentos estão no radar, porém, têm pouca força neste momento. O que mais pesa é o consumo comprometido na China em função dos novos lockdowns que colocam milhões de pessoas novamente em quarentena.