Soja: Óleo dispara mais de 2% na tarde desta 4ª feira em Chicago e puxa boas altas para o grão
Voltam a subir os preços da soja na Bolsa de Chicago nesta quarta-feira (8) na Bolsa de Chicago. As cotações da oleaginosa, por volta de 13h10(horário de Brasília), subiam entre 14 e 18,50 pontos nos principais contratos, levando o julho a US$ 17,43 e o agosto a US$ 16,67 por bushel. Os preços seguem refletindo a relação apertada de oferta e demanda para a commodity, em especial nos Estados Unidos neste momento.
O país já comprometeu perto de 60 milhões de toneladas de soja da safra 2021/22, enquanto o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) ainda estima pouco mais de 58 milhões. Assim, a expectativa é de que em seu próximo boletim mensal de oferta e demanda de sexta-feira, dia 10, sejam revisadas para cima a estimativa para as exportações e para baixo a dos estoques finais do país.
"O mercado da soja caminha para um forte aperto. A China precisa comprar muita soja nos próximos quatro meses. As processadoras nos EUA ainda estão fazendo a ponte para a safra nova. Há uma chance de aumento do mandatório de biodiesel no Brasil. Os produtores americanos já estão com mais de 90% vendido e os brasileiros com mais de 73%", afirma Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities.
O mercado do grão também vai de carona em uma nova disparada do óleo de soja, que sobe mais de 2% hoje em Chicago. O derivado sobe acompanhando ganhos intensos no petróleo, bem como se pautando entre seus próprios fundamentos. A oferta de óleos vegetais é muito apertada, com os preços testando máximas dos últimos anos, principalmente no óleo de palma, que é o subproduto que, neste momento, encabeça o movimento.
Do lado dessa relação estoque x consumo muito apertada, os traders ainda acompanham muito de perto a fase final do plantio nos Estados Unidos e as condições de clima para o desenvolvimento das lavouras, já que a safra 2022/23 será determinante para o início do equilíbrio de oferta global.
Às margens, mas com a mesma importância, a guerra entre Rússia e UCrânia permanece no radar. Nesta quarta, a esperada reunião para a discussão da criação do corredor de exportação nos portos do Mar Negro de produtos agrícolas, o que intensifica o nervosismo do mercado. À esperra de mais notícias, no início da tarde desta quarta-feira, os futuros do trigo negociados na CBOT recuavam de 4 a 5 pontos.