Soja sobe mais de 2% em Chicago com força da demanda, subida do óleo e mudanças na área dos EUA

Publicado em 02/06/2022 12:14 e atualizado em 02/06/2022 14:07

Os preços da soja estão intensificando suas altas na Bolsa de Chicago e, por volta de 11h50 (horário de Brasília), subiam mais de 20 pontos nos contratos mais negociados. Assim, o julho já recuperava os US$ 17,19 por bushel, enquanto o agosto tinha US$ 16,50. Parte do apoio para o movimento de avanço vinha do óleo, com ganhos superiores a 2% na CBOT e do farelo, que subia mais de 0,5%. 

Segundo explicam analistas e consultores, há uma predominância dos fundamentos neste momento, em especial o de demanda. Os EUA já comprometeram cerca de 60 milhões de toneladas de soja 2021/22 contra a última estimativa do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de pouco mais de 58 milhões. "O USDA terá que revisar pra cima a demanda norte-americana e isso vai pressionar os estoques finais por lá que já são apertados", explica Marcos Araújo, analista de mercado da Agrinvest Commodities. 

Nesta quinta, o departamento americano anunciou uma nova venda de soja de 352 mil toneladas para o Paquistão. Do total, 55 mil toneladas foram da safra velha e 297 mil da safra nova. O país segue sendo demandado pelo produto 2021/22 e ajuda a fortalecer o pilar de sustentação dos futuros da oleaginosa. 

Ontem, o USDA já havia informado sobre uma outra venda, para a China, de 132 mil toneladas, sendo metade 2021/22 e a outra metade 2022/23. 

"Importadores, inclusive a China, ainda estão comprando para julho e agosto, o que mostra que seus estoques estão bem curtos", complementa o time da Agrinvest. 

Não só a demanda para exportação tem se mostrado forte, como a demanda interna nos EUA também tem sustentação, as margens das indústrias são boas e ajudam no suporte. Afinal, a busca pelos derivados são intensas, o que ajuda a manter prêmios também firmes para a soja nos EUA, bem como acontece no Brasil. A demanda pelo biodiesel de soja - e etanol de milho - está em um momento bastante intenso, acompanhando os altos patamares em que se encontram os preços do petróleo. 

Do mesmo modo, as atenções seguem sobre o clima nos Estados Unidos e o avanço dos trabalhos de campo, já que as expectativas sobre a nova safra norte-americana são grandes. O plantio já passa de 66% e o foco agora está sobre as chuvas dos próximos dias no Corn Belt e o impacto que isso exercerá sobre o futuro das áreas de soja e milho no país. 

"O rápido avanço do plantio do milho nos EUA, a rentabilidade melhor em relação à soja, a demanda maior para a soja e a baixa competitividade do cereal americano no mercado internacional são alguns dos motivos que fez com que essa relação voltasse a favorecer a soja sobre o milho", explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities.

No paralelo, porém não menos importante, o mercado também segue monitorando de perto o desenrolar do conflito entre Rússia e Ucrânia. Nesta quinta, o Ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, afirmou que precisa de "garantias de não-agressão sobre seus navios comerciais. A Ucrânia demnada a retirada dos navios russos das rotas de exportação", disse a consultoria. 

Mais do que isso, a Ucrânia tem acusado a Rússia de embarcar trigo roubado pelo porto de Mariupol. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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