Soja dribla baixas fortes do milho e do trigo, fechando a 3ª feira em campo positivo na Bolsa de Chicago

Publicado em 24/05/2022 17:13

O mercado da soja concluiu o pregão desta terça-feira (24) com estabilidade na Bolsa de Chicago, porém, depois de ter testado os dois lados da tabela durante o dia. Assim, os primeiros contratos subiram de 0,75 a 6 pontos, levando o julho a US$ 16,93 por bushel, enquanto o novembro recuou 1,25 ponto para encerrar os negócios sendo cotado a US$ 15,17. 

Os futuros da oleaginosa conseguiram sustentar, mesmo de que timidamente, alguns pequenos ganhos apesar da despencada do milho e, principalmente, do trigo na CBOT. O mercado do trigo terminou o dia com perdas de mais de 30 pontos. Além disso, os futuros do óleo de soja também caíram nesta terça. 

Por outro lado, os preços do farelo de soja tiveram um novo dia de bons ganhos em Chicago e terminaram a sessão subindo mais de 1%, ajudando no suporte ao grão. Ainda assim, segundo analistas e consultores, o principal pilar de suporte para as cotações da oleaginosa é o aperto claro nos estoques da commodity. 

"Os traders permanecem relativamente otimistas, pois continuam avaliando o aperto da oferta doméstica e global", afirmaram os especialistas do portal The Farm Futures. Outro reflexo desse monitoramento da oferta ajustada se dá entre os prêmios firmes para a soja no mercado norte-americano, os quais subiram de 3 a 10 centavos de dólar somente nesta terça, em várias praças de comercialização norte-americanas. 

Ainda neste pregão, o mercado avançou mesmo diante de bons números sobre o plantio nos Estados Unidos reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no final da tarde de ontem. 

A semeadura da soja, de acordo com o reporte, foi concluída em 50% da área até este domingo (15), ligeiramente acima do índice esperado de 49% pelo mercado. Há uma semana eram 30%, no ano passado 73%, enquanto a média é de 55%. O USDA informou ainda que 21% das lavouras de soja já germinaram, com um avanço em relação à semana anterior de 12 pontos percentuais. Em 2021 eram 38% e a média é de 26%. 

Os traders seguem muito atentos ao clima para a manutenção dos trabalhos de campo, bem como à continuidade da guerra entre Rússia e Ucrânia - que hoje completa três meses -  e aos locksdowns na China. 

Temendo continuidade do conflito e de suas consequências - que não deixarão de ser contabilizadas com o fim da guerra - países produtores e exportadores seguem restringindo suas vendas externas, agravando o desequilíbrio nas relações de oferta e demanda, como explicou o professor da ESPM, Leonardo Trevisan, em entrevista ao Notícias Agrícolas. 

Trevisan afirmou que o mundo está, após 90 dias de conflito entre russos e ucranianos, fechando-se em blocos e agravando as preocupações com o futuro, diante de impactos imprevistos para todas as cadeias de suprimentos mundo a fora. 

"Quando o mundo não comercia, ele guerreia", alerta o professor. Veja a íntegra de sua entrevista:

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Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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