Soja fecha no vermelho em Chicago de olho no plantio americano; preços no BR sentem pressão do dólar
A segunda-feira (23) terminou com preços em queda para a soja na Bolsa de Chicago. Depois de terem iniciado o pregão testando alguns ganhos, o dia termina com perdas de 5,50 a 18 pontos nos contratos mais negociados, o julho sendo cotado a US$ 16,87 e o agosto, US$ 16,28 por bushel. As baixas mais intensas se deram nos contratos mais próximos.
O consultor de mercado Aaron Edwards, da Roach Ag Marketing justificou parte das baixas dizendo: "temos plantadeiras rodando". E complementou afirmando que "a expectativa é que muita área foi plantada" até este domingo (22). Os novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) chegam nesta segunda, às 17h (Brasília).
Dessa forma, a atenção dos traders sobre clima no Meio-Oeste americano a partir deste ponto estão redobradas, com mais chuvas sendo esperadas para os próximos dias, ainda de acordo com o consultor. No entanto, afirma que "se a chuva é altista ou baixista está menos claro agora, o relatório de hoje vai ajudar. Depois do plantio, chuva é favorável. Se pouco foi plantado, chuva deve ser altista, se muito foi plantado chuva pode ser baixista", diz.
Mais do que isso, Edwards explica também que, apesar do mercado seguir em um cenário de sinalização ainda altista, o mercado passa por mais um movimento de realização de lucros, uma vez que o contrato julho, mais cedo, chegou a testar os US$ 17,20 por bushel.
MERCADO BRASILEIRO
No Brasil, o dólar registrou mais uma sessão de baixa frente ao real e terminou o dia com mais de 1%, voltando ao patamar dos R$ 4,80. O movimento, alinhado com as baixas em Chicago, deixaram o início de semana com poucos negócios e os produtores ainda contidos em suas vendas.
Ainda assim, com bom apoio vindo dos prêmios, os preços da soja nos portos brasileiros ainda sinalizam bons indicativos, variando de R$ 195,00 a R$ 196,00 por saca para o produto disponível, para julho R$ 198,00 e para agosto, ainda na casa dos R$ 200,00 por saca.
"Com o mercado em queda hoje e o dólar também frágil, pode ser que o preço aqui ainda perca cerca de R$ 2,00 amanhã, isso se o USDA não vier com um plantio atrasado nos EUA. Mas eles estão com o mauqinário pronto pra plantar tudo rapidinho", explica Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting.
Já no mercado de balcão, os preços já começam a nova semana, ainda de acorco com a apuração da consultoria, com níveis menores do que os do final da última. No Rio Grande do Sul a referência caiu de R$ 183,00 para R$ 184,00 por saca; em Santa Catarina e no Paraná de R$ 175,00 a R$ 182,00. "E nos demais balcões também temos preços em queda", relata o consultor.
Sobre os prêmios, o consultor afirma que os níveis seguem elevados, inclusive para as posições no segundo semestre, acima dos 200 pontos acima das posições praticadas em Chicago.
E explica ainda que os lineups para os meses do segundo semestre dão boas sinalizações, dentro da normalidade, porém, sem espaço nos navios para novos negócios, feitos "na hora". Assim, "por isso que estamos vendo o mercado disponível pagando R$ 196,00 e no embarque daqui a três meses pagando mais, falando em R$ 200,00, justamente porque não tem espaço nos navios", diz.