Soja recua na CBOT realizando lucros depois de testar os US$ 17,20 e refletindo melhor avanço do plantio americano

Publicado em 23/05/2022 12:28

O mercado da soja passou para o lado negativo da tabela no final da manhã desta segunda-feira (23) na Bolsa de Chicago. Depois de começarem o dia testando alguns ganhos, os futuros da oleaginosa recuavam entre 4,50 e 13,75 pontos nos contratos principais, com o julho de volta aos US$ 16,91 e o agosto aos US$ 16,30 por bushel.


Os traders dão início a mais uma semana de olho na continuidade da guerra, dos lockdowns em partes da China, no comportamento das demais commodities e, sobretudo no clima no Corn Belt e em mais países-chave na produção agrícola do hemisfério norte, como nações da Europa, Índia e China.

"No momento, os olhos dos players estão muito voltados para o clima mundial, que inclui China, Índia e  Europa, com tempo e condições climáticas irregulares apresentando chuvas abaixo do normal, que pode tirar um bom pedaço das safras, deixando o mercado de commodities ainda mais voláteis. O clima americano também merece muita atenção, pois continua apresentando chuvas irregulares no lado oeste do Corn Belt e chuvas regulares no lado leste. O plantio segue atrasado e a janela de milho está em sua etapa final", afirma o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.

Assim, o mercado espera com ansiedade pelos novos números que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz no final da tarde de hoje, às 17h (Brasília), do avanço do plantio dos grãos na última semana.

Segundo analistas ouvidos pelo portal Successfull Farming, "o clima no final de semana finalmente deu alguma condição para o plantio em partes mais a norte do Corn Belt e bons reportes de plantio foram registrados". 

O consultor de mercado Aaron Edwards, da Roach Ag Marketing compartilha da análise e justifica parte das baixas dizendo: "temos plantadeiras rodando". E complementa dizendo que "hoje tem planting progress e a expectativa é que muita área foi plantada". 

Os traders estão também atentos ao clima no Meio-Oeste americano a partir deste ponto, com mais chuvas sendo esperadas para os próximos dias, ainda de acordo com o consultor. "Se a chuva é altista ou baixista está menos claro, o relatório de hoje vai ajudar. Depois do plantio, chuva é favorável. Se pouco foi plantado, chuva deve ser altista, se muito foi plantado chuva pode ser baixista", diz. 

Mais do que isso, Edwards explica também que, apesar do mercado seguir em um cenário de sinalização ainda altista, o mercado passa por mais um movimento de realização de lucros, uma vez que o contrato julho, mais cedo, chegou a testar os US$ 17,20 por bushel. 

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Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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