Riscos de oferta pelo mundo trazem ainda cenário altista para o milho, avalia analista

Publicado em 19/05/2022 16:15
País produz cerca de 11 milhões de toneladas de óleos vegetais, mas existe potencial para aumentar esse volume em quase 150%

A atual produção brasileira de óleos e gorduras vegetais é suficiente para atender a demanda pelo B20 (20% de biodiesel adicionado ao diesel comercial). O amplo potencial de crescimento da produção pode ser feito com o aumento do esmagamento doméstico de soja e de caroço de algodão. Também existem oportunidades nas cadeias produtivas da palma, canola, girassol e amendoim. 

Esta foi uma das análises feitas pelo economista chefe da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE), Daniel Furlan Amaral, durante o 2º Congresso da Rede Brasileira de Bioquerosene e Hidrocarbonetos Sustentáveis para Aviação (RBQAV), realizado no último dia 17 de maio, em Natal (RN). 

Daniel apresentou números de produção e outros dados importantes da cadeia produtiva de oleaginosas, gorduras e biodiesel, como número de empregos, renda e os aspectos relacionados à sustentabilidade dessas atividades. A estimativa da safra de soja para este ano é de 125,4 milhões de toneladas, com um processamento do grão na casa das 48 milhões de toneladas. Já a produção de farelo de soja será de 36,7 milhões e a de óleo de soja de 9,7 milhões de toneladas. 

O volume de óleo soja somado ao de óleos vegetais de outras fontes, como o de caroço de algodão e o de palma, alcança um total de 11 milhões de toneladas. Porém, existe potencial para se chegar a 27 milhões de toneladas, o que incrementaria a oferta de matéria-prima para a produção de biodiesel e de alimentos. 

“Se, já no curto prazo, forem implementadas ações para fortalecer o programa nacional do biodiesel, haverá estímulo ao processamento de oleaginosas e, portanto, mais oferta de óleos e farelos vegetais. Com a maior produção e consumo de biodiesel, o Brasil terá maior segurança energética pela redução da importação de diesel mineral, menor emissão de CO₂, melhoria da qualidade do ar, fomento à agricultura familiar e geração de emprego e renda, bem como ampliação da produção de rações animais”, comenta o executivo. 

Vale destacar que, segundo levantamento feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), a cadeia produtiva da soja e do biodiesel gerou PIB de R$ 745 bilhões e mais de 560 mil empregos diretos, em 2021.  

Diante dos expressivos números, Daniel Amaral ressalta a importância de se retomar o crescimento da mistura de biodiesel ainda em 2022. “É fundamental retomar o cronograma oficial do aumento da mistura definido pela Resolução nº 16/2018 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) a fim de que o biodiesel possa proporcionar ao país os benefícios econômicos, sociais e ambientais já documentados”, finaliza Amaral.

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Fonte: Abiove

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