Soja: Chicago fecha em alta depois de dia volátil, mas pressão do dólar limita preços no Brasil

Publicado em 04/05/2022 17:30

Depois de um pregão de sobe e desce, o mercado da soja fechou a quarta-feira (4) em campo positivo na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa acompanharam os preços do óleo, que por sua vez acompanharam as altas fortes do petróleo, e terminaram o dia subindo entre 7,50 e 10,75 pontos nos principais contratos. Assim, o julho concluiu seus negócios na CBOT com US$ 16,40 e o agosto com US$ 15,92 por bushel. 

No óleo, as altas foram de mais de 2% entre as posições mais negociadas, levando o primeiro vencimento a 82,25 cents de dólar por libra-peso. As altas do petróleo, afinal, passaram de 5% e ajudaram a puxar uma série de outras commodities. 

"O mercado da soja passou por algumas compras técnicas e fechou em alta nesta quarta-feira diante dos ganhos entre o mercado de energias, bem como do trigo. Duas questões ainda estão no ar: quanto de oferta ainda há na América do Sul e quantos acres os produtores norte-americanos conseguirão plantar nesta safra?", explicam os analistas de mercado do portal internacional Farm Futures. 

O clima nos Estados Unidos tem dado alguns sinais de alerta neste início de temporada, dado o excesso de chuvas e as temperaturas ainda baixas em algumas regiões importantes de produção de grãos. Os mapas seguem mostrando a continuidade desse padrão por mais alguma semanas, o que mantém contido o ritmo dos trabalhos de campo e, neste momento, preocupa ainda mais para o milho. 

Ainda assim, é algo que permanece no centro das preocupações dos produtores e dos participantes do mercado. 

Ao lado de todos esses fundamentos, permanece ainda a atenção ao mercado financeiro. Na tarde desta quarta-feira o Federal Reserve, o banco central norte-americano, trouxe o ajuste sobre a taxa básica de juros nos EUA e deve mexer com o andamento dos mercados a partir desta mudança. 

"O banco central dos Estados Unidos elevou, nesta quarta-feira, sua taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, o maior aumento em 22 anos, e disse que começará a reduzir sua carteira de títulos no próximo mês como mais um passo na batalha para reduzir a inflação.

O Federal Reserve estabeleceu a meta de sua taxa básica num intervalo entre 0,75% e 1% em uma decisão unânime, com a probabilidade de mais aumentos nos custos de empréstimos de magnitude talvez semelhante à frente", informou a agência de notícias Reuters.

Depois do comunicado do FED, o dólar passou a operar em queda frente ao real e fechou com R$ 4,90 e queda de 1,26%. 

"O dólar teve uma reviravolta na tarde desta quarta-feira e fechou em queda de mais de 1% contra o real, quase 14 centavos abaixo dos maiores patamares da sessão, depois que o chefe do banco central norte-americano jogou um balde de água fria nas apostas mais agressivas do mercado sobre os próximos passos de política monetária do Federal Reserve", complementou a agência de notícias.

Dessa forma, a formação dos preços da soja no mercado brasileiro não seguiram uma direção comum, já que ao lado da baixa do dólar, os futuros da oleaginosa subiram na Bolsa de Chicago. 

Enquanto os indicativos subiram em Jataí e Rio Verde, no Goiás, 0,59%, ficando em R$ 170,00 por saca, em São Gabriel do Oeste/MS, por exemplo, a baixa foi de 1,69% para R$ 175,00 e em Cascavel/PR, de 2,21% para R$ 177,00. Além disso, boa parte das praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas permaneceram com os preços estáveis. 

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Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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