Soja: Mercado brasileiro acompanha altas de Chicago e testa até R$ 2/sc a mais do que na semana anterior
Apesar do expressivo recuo do dólar frente ao real nesta segunda-feira (18), os preços da soja voltaram a subir em partes do Brasil, acompanhando as altas fortes que se observaram na Bolsa de Chicago neste pregão. Os futuros da oleaginosa subiram entre até 2,35%, como foi o caso de Maracaju, em Mato Grosso do Sul. Nos portos, os indicativos também testaram níveis melhores neste início de semana.
"Os preços de balcão estão nos melhores níveis em duas semanas, mercado de portos testando entre R$ 194,00 e R$ 195,00, mercando pagando, em média, R$ 2,00 a mais do que na semana passada", explica o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.
No entanto, os negócios ainda são tímidos, de acordo com o especialista, com os vendedores mais retraídos diante das boas altas registradas na CBOT. "As cotações em dólar estão muito boas, e os vendedores estão acreditando que qualquer movimento positivo do dólar pode levar os preços a perto de R$ 200,00 nos portos novamente. E isso é possível que aconteça nesta semana, porque o ambiente lá fora, em dólar, vai seguir firme", complementa o consultor.
Dessa forma, o monitoramento sobre o câmbio neste momento acaba sendo redobrado, já que pode voltar a dar oportunidades importantes para o produtor brasileiro daqui em diante. Nesta segunda, a moeda americana teve mais um dia de volatilidade e fechou em queda, perdendo 0,94%, sendo cotada a R$ 4,65.
"O que vemos é que há muito interesse de venda, no balcão, chegando a R$ 185,00 no Sudeste, e entre R$ 192,00 até R$ 195,00 no lote FOB. E o porto perto de R$ 200,00 acho que tem fôlego", afirma Brandalizze. "Se o dólar estivesse estável, porto já estaria na casa de R$ 196,00 e o lote na faixa de R$ 190,00, nas regiões mais próximas dos portos do Sul e Sudeste. Temos que estudar a semana", diz.
MERCADO EM CHICAGO
Na Bolsa de Chicago, as cotações da soja subiram de 22 a 32,50 pontos, com o maio terminando o dia com US$ 17,15 e o agosto com US$ 16,47 por bushel. Os fundamentos são ainda bastante positivos para o mercado da oleaginosa e se fundem com as preocupações impostas pela continuidade da guerra entre Rússia e Ucrânia, começando a semana com fôlego para o movimento de alta.
"Os preços da soja registraram mais uma sessão de compras técnicas, motivada pelos bons números do esmagamento norte-americano - reportados na última sexta-feira (15) - e na carona das boas altas do trigo e do milho em Chicago", explicaram os analistas de mercado do portal internacional The Farm Futures.
O milho fechou o dia com altas de mais de 20 pontos nos primeiros contratos, testando patamares superiores a US$ 8,00 por bushel.
O clima nos EUA para a safra 2022/23 também é monitorado muito de perto pelo mercado em Chicago.
"O clima no Meio-Oeste americano continuou seco durante todo o final de semana, o que implica possivelmente em atraso do plantio de primavera e traz mais problemas ao trigo de inverno", explica o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.