Soja: Apesar de dia volátil em Chicago, BR começa semana com preços fortes apoiado na alta do dólar
Apesar das baixas registradas na conclusão do pregão da soja na Bolsa de Chicago, os preços voltaram a subir no mercado brasileiro, acompanhando a alta de mais de 1% do dólar frente ao real. Nos portos, as referências continuam superando os R$ 200,00 por saca, refletindo a combinação de cotações em patamares ainda elevados na CBOT, prêmios altos e, neste início de semana, uma ajuda que veio também do câmbio.
A moeda brasileira terminou o dia com R$ 5,12 e alta de 1,3%.
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No interior, as cotações também subiram e permanecem em níveis bastante remuneradores, atraindo os produtores a novos negócios. Somente na semana passada, o Brasil negociou mais de cinco milhões de toneladas de soja 2021/22, levando a uma comercialização de, aproximadamente, 50% da safra, segundo explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.
"O mercado da soja nesta nova semana vai seguir com muitos compradores nos portos brasileiros e a disputa com as indústrias que seguirão buscando o grão para trabalhar. Com isso, os preços ainda têm fôlego para tentar manter os indicativos firmes, mas pode não bater mais o topo da montanha como ocorreu na última semana", diz.
Brandalizze afirma que os prêmios para a soja brasileira têm variado entre 165 e 175 cents de dólar sobre os valores praticados na Bolsa de Chicago, contra 200 cents dos melhores momentos da semana passada. E os futuros da oleaginosa no mercado futuro norte-americano terminaram o dia com leves perdas no pregão desta segunda.
"Agora, temos chances de vermos pressão de baixa que pode vir da fora, mas também de dentro com mais oferta. E há muitos produtores necessitando fazer caixa e obter recursos para pagar dívidas em abril. Assim, nesta segunda quinzena de março pode haver um aumento de oferta e calmaria nas cotações, mas em excelentes posições", complementa a consultor.
BOLSA DE CHICAGO
Em Chicago, as baixas entre os principais contratos foram de 3,50 e 6,25 pontos, levando o maio a US$ 16,70 e o julho a US$ 16,46 por bushel. O mercado teve uma sessão muito volátil e foi adicionando ao seu andamento às notícias frescas vindas da suspensão temporária das exportações argentinas de farelo e óleo de soja.
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A informação provocou uma alta de quase 2% no farelo de soja, porém, as baixas de mais de 2% no óleo, em função de uma nova queda forte do petróleo, ajudaram a equilibrar o mercado da soja em grão, como explicou o diretor da Pátria Agronegócios, Cristiano Palavro, em entrevista ao Notícias Agrícolas.
O mercado também segue se ajustando e dividindo suas atenções entre as questões geopolíticas e seus fundamentos.
"Os players continuam focados na guerra entre Ucrânia e Rússia que segundo notícias mostram perspectivas de um “suposto” cessarfogo. Os players também acompanham de perto as condições de tempo da América do Sul, que não mostram melhoras para a Argentina e retiram as chuvas do Rio Grande do Sul", explica o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.