Soja devolve partes dos ganhos opera com baixas fortes na Bolsa de Chicago nesta 5ª feira

Publicado em 10/02/2022 15:19 e atualizado em 10/02/2022 15:56

O mercado da soja virou no início da tarde e passou a recuar na Bolsa de Chicago, depois de ter trabalhado com altas de mais de 30 pontos na sessão desta quinta-feira (10). Perto de 15h20 (horário  de Brasília), as cotações cediam entre 8 e 11,50 pontos, levando o maio a US$ 15,85 e o julho a US$ 15,79 por bushel. Mais cedo, os futuros da oleaginosa chegaram a superar os US$ 16,00 e bateram nas máximas em nove meses. 

Segundo apuração da Agrinvest Commodities, o mercado reage a rumores de que processadoras chinesas estariam revendendo soja brasileira no destino em função de margens de esmagamento ainda muito ruins por lá.  "O recuo vem em linha com o comportamento da demanda. O preço alto vem destruindo a demanda. Hoje, por conta do encarecimeto da soja e alta dos fretes maritimos as esmagadoras chinesas trabalham com margens negativas para a soja importada, tanto dos EUA como do Brasil", explica o analista de mercado Eduardo Vanin. 

Apesar do movimento de correção e de forte realização de lucros, os traders ainda seguem atentos aos fundamentos do mercado. A oferta ajustada na América do Sul é o principal ponto de atenção, uma vez que as perdas continuam se acumulando nos campos. Hoje, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) revisou sua estimativa para a safra 2021/22 de 140,2 para 125,47 milhões de toneladas. 

O mercado segue refletindo a relação apertada entre oferta e demanda que vem se agravando diante da quebra severa da safra 2021/22 na América do Sul. As perdas continuam aparecendo, a soja demora a chegar nos portos brasileiros - ou rapidamente 'somem' para atender os contratos já firmados - e os importadores vão olhando para a disponibilidade do produto dos EUA como uma boa alternativa. 

"O USDA reportou vendas de pouco mais de 2 milhões de toneladas de soja para a China e desconhecidos nas últimas duas semanas, volume dividido quase que igualmente entra safra velha e nova. Mesmo assim, o USDA não ajustou seus números exportação para os EUA, mantendo 55,8 milhões de toneladas. E isso se deve ao ajuste menos agressivo para a safra brasileira", explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities. 

Ontem, em seu reporte mensal de oferta e demanda, o departamento americano cortou a safra de soja do Brasil de 139 para 134 milhões de toneladas, e a da Argentina de 46,5 para 44 milhões de toneladas, números que ficam muito acima das estimativas das consultorias privadas, todas apontando a colheita do Brasil abaixo de 130 milhões de toneladas.

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Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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