Soja intensifica baixas em Chicago com realização de lucros, relatos de chuvas no BR e demanda fraca nos EUA

Os futuros da soja intensificam as perdas na sessão desta quinta-feira (30) na Bolsa de Chicago. Perto de 13h40 (horário de Brasília), as cotações recuavam entre 21 e 21,75 pontos nos principais vencimentos, com o janeiro sendo cotado a US$ 13,35 e o maio a US$ 13,56 por bushel. O mercado segue corrigindo as últimas e fortes altas, além de realizar lucros também diante de alguns relatos de chuvas em partes do sul do Brasil. 

Apesar de muitas perdas irreversíveis e da continuidade da seca e das altas temperaturas em quase todo o sul do país, Argentina e Paraguai, os relatos de alguns volumes chegando ao Paraná ajudaram a acentuar as baixas na CBOT,  como explicou o analista de mercado João Schaffer, da Agrinvest Commodities. 

"Do sudoeste ao norte do estado foram registradas chuvas de 40 até 110 mm nos últimos dois dias, isso estanca um pouco das perdas e recuperação para a soja mais tardia", diz. Do mesmo modo, as sinalizações de melhora para algumas áreas de Mato Grosso do Sul, partes do Rio Grande do Sul e Paraguai também pesa. 

Segundo analistas internacionais, o início da colheita no Brasil também contribui para exercer certa pressão sobre as cotações. Em Mato Grosso, maior estado produtor do país, os trabalhos de campo já foram iniciados e apesar do excesso de chuvas em algumas regiões, a safra caminha para ser uma temporada dentro da normalidade.

Todavia, o estado também começa a apresentar problemas pontuais em algumas regiões para a safra 2021/22, onde o excesso de umidade e a falta de luminosidade já tira qualidade dos grãos que estavam quase prontos para serem colhidos. 

Além da realização de lucros e da colheita brasileira, o mercado também começa a reduzir seu volume de negócios e mesmo diante de notícias fortes - como a continuidade da seca no sul da América do Sul - traders e participantes do mercado se afastam da abertura de novas posições ou de passos muito largos em direção a novos negócios tão próximo do final do ano. 

Os futuros do grão são pressionados também pela correção pela qual passam os preços do farelo e do óleo de soja na CBOT. O óleo cai mais de 1%, enquanto no farelo as baixas são de 0,8%. 

Também nesta quinta-feira o mercado sentiu a pressão de vendas semanais de soja dos EUA para exportação informadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 

As vendas ficaram abaixo das expectativas. Na semana encerrada em 23 de dezembro, o país vendeu apenas 524 mil toneladas da safra 2021/22, enquanto as projeções variavam de 700 mil a 1,2 milhão de toneladas. A China foi a maior compradora. 

Em toda temporada, as vendas americana somam 41,384,1 milhões de toneladas, volume distante dos números do mesmo período do ano passado, quando mais de 54 milhões de toneladas já haviam sido comprometidas.