Soja intensifica altas em Chicago, com apoio dos derivados e de olho no clima adverso da AMS
No início da tarde desta segunda-feira (27), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago intensificam suas altas e, por volta de 12h10 (horário de Brasília), subiam entre 17,75 e 19 pontos nos contratos mais negociados. O janeiro já batia em US$ 13,49 e o maio - referência para a safra brasileira - a US$ 13,66 por bushel.
O clima adverso na América do Sul é o foco das atenções dos traders na CBOT. As condições são bastante desfavoráveis em boa parte das regiões produtoras do Brasil - além de Paraguai e Argentina - refletindo momentos extremos, mas igualmente preocupantes.
Enquanto o sul brasileiro continua sendo castigado por temperaturas muito altas e a escassez de chuvas - com algumas regiões sofrendo com a falta de precipitações há 60 dias - áreas do norte e nordeste são castigadas pelo excesso de umidade, inundações e inúmeros municípios em situação de emergência.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Francisco de Assis Diniz, afirmou que a tendência é de permanência de chuvas mais fortes ainda no Centro-Norte do Braisl, enqunto para o sul do país deverá ainda registrar irregularidade e volumes abaixo do ideal.
Veja a íntegra da entrevista:
Há muitas áreas no Rio Grande do Sul onde lavouras de milho estão se perdendo e a soja ainda não foi plantada. "Mas não é só no Rio Grande do Sul que a falta de chuva está sendo sentida. As previsões de ausência de chuvas para o Paraná, Mato Grosso do Sul e Paraguai estão de confirmando. E no Mato Grosso, ao longo da BR 163, continua o quadro de muita chuva", explica o time de analistas da Agrinvest Commodities.
Assim, com a preocupação diante do clima adverso se acentuando, os futuros dos derivados de soja na Bolsa de Chicago também sobem agressivamente. O farelo tem quase 1% de alta, enquanto o óleo avança quase 2%.
"O temor de quebra na Argentina, fruto do fortalecimento do La Niña, dá força ao farelo, já que o país representa 42% do volume exportado globalmente. Com o temor, os contratos futuros do derivado acumulam alta de mais de 80 dólares por tonelada desde a mínima atingida em outubro e são negociados hoje no maior patamar desde maio", complementa a Agrinvest.