Preocupação com o clima na América do Sul confere novo dia de altas fortes para o farelo em Chicago
O mercado da soja opera com estabilidade na Bolsa de Chicago nesta quarta-feira (15). Perto de 11h35 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 2,25 e 4 pontos - depois de ter testado leves baixas no início do dia - e assim o janeiro tinha US$ 12,65 e o maio - referência para a safra brasileira - US$ 12,77 por bushel.
O suporte para as cotações, mesmo que os ganhos de hoje sejam mais tímidos, ainda está na preocupação sobre o clima na América do Sul. Os mapas atualizados seguem indicando poucas chuvas no sul do continente, ainda castigando extensas áreas de produção agrícola e ameaçando a safra de soja e de milho em partes do Brasil, Argentina e Paraguai.
As preocupações com a Argentina impactam diretamente o mercado de farelo, já que é de lá que se originam mais de 40% das exportações globais do derivado. Nesta quarta, as altas no subproduto são de mais de 1% nas posições mais negociadas, com o janeiro marcando US$ 382,70 por tonelada curta.
"A demanda por farelo - interna (nos EUA) e internacional - está liderando a força por trás do mercado da soja, que sobe apesar do recuo forte do óleo. O foco está sob as previsões climáticas para a América do Sul", explicam os analistas de mercado do portal internacional Farm Futures.
Na análise internacional os especialistas destacam as chuvas que chegaram a partes do Brasil e da Argentina nesta semana, porém, acrescentam as preocupações com as temperaturas mais altas que castigam as lavouras. Além disso, as previsões indicam, novamente, chuvas escassas nos próximos dias, "o que poderia ajudar nas altas do complexo soja e do milho nas próximas sessões".
Os mapas do Commodity Weather Group, divulgados em seu boletim diário desta quarta, mostra que as precipitações para a América do Sul deverão ficar bem abaixo da média até o final de dezembro. As áreas coloridas em marrom sinalizam os locais onde estas condições são esperadas.
"O estresse hídrico no Brasil alcança de 20% a 25% da área de soja, podendo alcançar um terço da área de produção nos próximos 11 a 15 dia, e podendo também chegar ao Paraguai", explicam os meteorologistas do CWG. Destaque também para volumes muito limitados esperados para a Argentina nas duas semanas seguintes, fazendo com que o déficit de umidade possa alcançar um terço da área argentina.
Como explica o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa, "o clima na América do Sul ainda preocupa o mercado. Ainda que as regiões do
Centro-Oeste do Brasil e MATOPIBA possuam boas previsões de chuva, a seca que se mantém na Argentina, Paraguai e o sul do Brasil é o foco".