Soja fecha 5ª feira com leve alta em Chicago após USDA morno e preços acompanham movimento no BR

Publicado em 09/12/2021 17:43

A quinta-feira (9) terminou com preços subindo levemente no mercado da soja na Bolsa de Chicago. As posições mais negociadas terminaram o dia com ganhos de 2,25 a 3,50 pontos nos principais contratos. Assim, o janeiro encerrou os negócios com US$ 12,64 e o maio com US$ 12,78 por bushel. O dia foi de renovação dos dados, porém, que tiveram impacto limitado sobre a movimentação das cotações no mercado futuro-norte-americano. 

Na parte da manhã, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) trouxe seu novo levantamento da safra de grãos revisando a produção brasileira de soja de 142,01 para 142,79 milhões de toneladas. Do mesmo modo, elevou a projeção das exportações para 90,67 milhões de toneladas e reduziu os estoques finais de 9,3 para 5,29 milhões.

Já nesta tarde de quinta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe ao mercado seu novo boletim mensal de oferta e demanda com poucas alterações. Os estoques finais norte-americanos 2021/22 foram mantidos, bem como as exportações e o esmagamento de soja. Do mesmo modo, seguiram inalteradas também as estimativas para as safras da América do Sul - que eram um ponto de atenção dos traders para este reporte -  com 144 milhões de toneladas para o Brasil e 49,5 milhões para a Argentina. 

Em contrapartida, a safra da China foi revisada para baixo, passando de 19 para 16,4 milhões de toneladas, promovendo também uma estimativa menor para os estoques finais da nação asiática, mas sem mexer nas importações - ainda projetadas em 100 milhões de toneladas para o ano comercial 2021/22. 

USDA Dezembro - Soja

Segundo explicaram analistas e consultores de mercado, o relatório foi considerado neutro pelos traders - o que é bastante comum para o boletim de dezembro - e o foco logo passa a ser o clima na América do Sul. As condições ainda inspiram certa preocupação, porém, as previsões indicam alguma melhora para o sul do Brasil e para a Argentina a partir de 12 de dezembro. 

Depois de pelo menos 15 dias sem chuvas significativas, as condições do tempo no Sul do Brasil, sobretudo no Rio Grande do Sul, podem ter uma rápida melhora na semana que vem. Segundo as previsões do modelo Cosmo, do Instituto Nacional de Meteorologia, entre os dias 13 e 14 de dezembro a entrada de uma nova frente deve aumentar a formação de nuvens, quebrando a intensa massa de ar seco que atua na região há aproximadamente há duas semanas. 

Todavia, o sistema passa bastante rápido e pode manter a irregularidade das precipitações nas regiões. 

Como explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, um dos pontos que mais chamam a atenção agora é a Argentina. "Nem mesmo os argentinos acreditam em uma safra deste tamanho (49,5 mi de t) porque sofrem com sérios problemas com os insumos e o clima não está ajudando, além de ainda faltar muita soja para ser plantada na Argentina", diz. 

Do mesmo modo, o consultor afirma que será importante se acompanhar os números também da produção chinesa e aos seus estoques, além de como tudo isso deverá impactar sobre as compras de soja da nação asiática para garantir seu abastecimento. "Com essa queda na safra, a China deverá precisar de mais soja ainda do que já precisaria", completa Brandalizze. 

Por outro lado, há uma fraqueza agora sendo registradas nas vendas de farelo de soja na China, como relata o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities, e uma redução no esmagamento. "Isso se dá por conta do mercado de suínos, que está ainda sangrando. Muitas empresas e as maiores, listadas em bolsa, com forte prejuízo neste ano e forte endividamento", detalhou. 

PREÇOS NO BRASIL

No Brasil, os preços fecharam a quinta-feira com estabilidade na maior parte das praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas. Além das leves altas observadas em Chicago, o dólar voltou a subir frente ao real e deu suporte às referências. 

A moeda americana encerrou o dia com R$ 5,57 e alta de 0,70%. 

Algumas exceções, porém, se deram tanto para o lado negativo, quanto para o positivo para o mercado físico no interior do país. Em Cascavel, no Paraná, a soja terminou o dia valendo R$ 153,00, registrando perda de 1,29%, enquanto subiu 0,68% em Rondonópolis, em Mato Grosso, levando a saca a R$ 148,00. 

Nos portos, também estabilidade. A soja disponível fechou com indicativo de R$ 168,00 por saca no porto de Paranaguá e R$ 167,00 em Rio Grande. Para o grão da safra nova, os preços ficaram em, respectivamente, R$ 163,00 e R$ 161,00 por saca. A exceção foi o porto de Santos, onde a soja disponível caiu 1,84% para R$ 160,00. 

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Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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