Soja fecha em alta no interior do Brasil apesar da queda intensa em Chicago nesta 3ª feira
Os preços da soja disponível no mercado brasileiro tiveram dia de altas em boas parte das praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas nesta terça-feira (3), quando os futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago perderam mais de 2% - ou 26,50 a 33,75 pontos - nas posições mais negociadas. Não só o dólar em alta frente ao real motivou os ganhos, mas também as realidades de oferta e demanda locais, que vão ficando mais apertadas neste segundo semestre.
As altas variaram entre 0,30% a 2,52%, como foi o caso de Brasília, no Distrito Federal, onde a saca fechou o dia com R$ 163,00, ou Ponta Grossa, no Paraná, onde o ganho foi de 1,23% para R$ 165,00. Nos portos, a soja disponível apresentou momentos de R$ 168,00 a R$ 169,00, segundo informou a Brandalizze Consulting, e algo perto de R$ 158,00 por saca para a safra nova.
"Há pouca pressão de venda e a semana tem sido de poucos negócios. Os indicativos seguem calmos neste momento", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado.
O Brasil já exportou neste acumulado de 2021 um volume de 70 milhões de toneladas, recorde histórico para o período, acima das pouco mais de 68 milhões do mesmo período do ano passado. A estimativa total é de que sejam exportadas 85 milhões de toneladas neste ano, com cinco meses a frente e uma demanda ainda importante na exportação.
No entanto, o mercado aos poucos vê o restante da safra 2020/21 ser disputado entre as demandas interna e externa, como é típico do período, ajustando ainda mais os estoques nacionais do grão.
MERCADO INTERNACIONAL
Na Bolsa de Chicago, o recuo se deu com uma combinação de uma melhora das lavouras apontada pelo USDA em seu boletim semanal de acompanhamento de safras, condições pontualmente melhores de clima no Corn Belt no curto prazo e os temores sobre a demanda com o avanço da variante Delta do coronavírus na China, que derrubou também outras commodities.
Assim, o vencimento agosto encerra o dia com US$ 13,92 e o novembro, referência para a safra americana, com US$ 13,19 por bushel.
Embora parte desse recuo se dê por conta do clima sinalizando alguma melhora no curto prazo para o Corn Belt e o último boletim semanal de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) aumentando o índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições, as preocupações com a China também pesam severamente sobre os preços.
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"Para a soja, o impacto seria na menor demanda interna de farelo para rações, pois um impacto imediato seria refletido no menor consumo do setor de carnes vis-a-vis as medidas de lockdown e consequente fechamento de redes de restaurante e polos de alimentação", complementa Victor Martins, analista de mercado da Hedge Point Global Markets.