Soja cede em Chicago com pressão do financeiro, mas dólar puxa preços no Brasil nesta 2ª
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago despencaram nesta segunda-feira (19), pressionados pela baixa intensa do petróleo, pela alta do dólar e pela intensa aversão ao risco instalada no mercado financeiro neste início de semana em função do agravamento da pandemia por conta da variedade Delta do coronavírus. Os fundos se desfizeram de parte de suas posições, principalmente commodities e pesaram sobre as cotações no mercado internacional. A baixa foi generalizada e apenas quem se salvou das perdas foram o milho e o trigo na CBOT, além do milho na B3.
Assim, o agosto terminou o dia com US$ 14,28 e o novembro, referência para a safra americana, ficou em US$ 13,72 por bushel, e as perdas nas posições mais negociadas variaram entre 18,50 e 26,75 pontos.
"O mercado olhou mais para o mercado financeiro hoje. Como a soja vinha ganhando mais terreno nas últimas sessões, os fundos aproveitaram para embolsar uma parte dos lucros frente a essa questão envolvendo um maior temor frente a essa variante Delta. E pesa um pouco também essa questão da China, ameaçando se envolver mais no mercado de commodities, além do dólar disparando também", explicou o analista de mercado Luiz Fernando Gutierrez, da Safras & Mercado.
Por outro lado, o suporte para os preços continua vindo do clima adverso nos Estados Unidos previsto para os próximos dias. As próximas semanas deverão ser de tempo quente e seco na maior parte das regiões produtoras, como mostram os mapas abaixo. No primeiro, as temperaturas acima da média esperada para os próximos 8 a 14 dias, enquanto as chuvas devem ficar aquém da normalidade para este período do ano.
"Fundamento para segurar tem, o clima não está legal. Mas hoje, o financeiro pesou mais é acredito ser uma questão pontual", completa Gutierrez.
MERCADO NACIONAL
Já no Brasil os preços voltaram a se valorizar com uma alta de quase 3% do dólar, que fechou na casa dos R$ 5,25, além de prêmios também um pouco mais altos para a oleaginosa brasileira. No interior, os indicativos subiram até 3,21%, como foi o caso de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, onde o preço foi a R$ 161,00 por saca nesta segunda-feira.
Nos portos, as referências também subiram. Em Paranaguá, o disponível terminou o dia com R$ 171,00 e a safra nova com R$ 162,00 por saca e ganhos respectivos de 1,31% e 0,59%. Em RIo Grande, alstas de 1,20% e 0,63% para encerrar a segunda com R$ 169,00 e R$ 160,00 por saca.