Sojicultores brasileiros obtêm resultados positivos no 1º quadrimestre de 2021, aponta Datagro
Balanço parcial do 1º quadrimestre de 2021 sobre as finanças dos sojicultores brasileiros, realizado pela Consultoria DATAGRO, mostra um desempenho geral positivo, levando em consideração a combinação dos principais indicadores da saúde financeira dos produtores: preços médios praticados, lucratividade e rentabilidade.
Analisando o comportamento dos preços, o mais visível dos indicadores, nota-se que as médias em reais observadas nesses primeiros 4 meses do ano estão muito acima dos já excelentes resultados observados em igual momento de 2020. Tomando como parâmetro cinco das principais bases de negociação do País, os preços estão de 87 a 94% superiores a igual momento do ano anterior nas cotações em reais.
Como os preços vêm evoluindo para cima de forma gradativa e quase linear, o fluxo de comercialização também vem avançando nesse ritmo, com os produtores aproveitando bem cada pico de preços. Levantamento da DATAGRO do dia 7 de maio mostrava que os sojicultores já tinham 72% da safra deste ano comercializada, ante 81% em 2020 e 64% na média dos últimos 5 anos.
“Por conta dessa melhora geral nas cotações, o impacto favorável da variável preço nos próximos meses sobre a decisão dos produtores em seguir aumentando a área de soja deve ser tão decisivo quanto no ano anterior, mas apenas em termos de amplitude da alta, ou seja, a área de soja vai aumentar de novo, a questão é de quanto vai ser esse aumento”, ressalta Flávio Roberto de França Junior, coordenador de Grãos da DATAGRO.
O segundo importante indicador econômico é a lucratividade bruta, que compara a receita obtida com o custo de produção. De acordo com a análise da DATAGRO, o setor vai mantendo lucratividades novamente positivas pelo 15º ano consecutivo, com melhoras consideráveis sobre o ano que passou e basicamente sem chances de reversões até o final do ano.
A terceira variável é a rentabilidade, que nesta temporada vem apresentando desempenho parcial positivo e estimulante ao cultivo da soja, ficando, inclusive, acima do excelente desempenho no mesmo período de 2020 na maior parte dos estados. No comparativo com os demais ativos analisados, se apresentou superior a todos, em função do aumento gradativo da exposição ao risco pelo mercado.
“Em outras palavras, guardar a soja para vender mais tarde foi uma boa opção entre janeiro e abril deste ano, quadro esse que começa a perder embalo a partir de maio”, destaca França Junior.
A média da soja no Brasil acumulou ganho real (já descontada a inflação) de 13,46% entre janeiro e abril deste ano. Em igual momento de 2020, a média brasileira estava em +9,38%.