Soja testa baixas de mais de 40 pts em Chicago com pressão do clima no Corn Belt, óleo e petróleo
Os preços da soja perdem mais de 40 pontos no pregão desta quarta-feira (19) na Bolsa de Chicago, acompanhando a baixa generalizada das demais commodities e sentindo a pressão também do clima melhor nos EUA entre os fundamentos. Por volta de 12h10 (horário de Brasília), as cotações cediam entre 34,50 e 39,50 pontos, com o julho já sendo cotado a US$ 15,34 por bushel.
"Pessoalmente, acredito que estamos vendo uma liquidação de especuladores. O quadro fundamentalista continua apertado, mas mercados fazem coisas inesperadas. Com risco climático dos EUA, temos chance de reação de preços, mas por hoje não é o caso", explica o consultor de mercado Aaron Edwards, da Roach AgMarketing.
São esperadas chuvas mais volumosas e bem distribuídas sendo esperadas pelos próximos dias, bem como as temperaturas subindo no Corn Belt. O mapa abaixo mostra a previsão para o período de 19 a 24 de maio nos EUA, com destaque para bons volumes sendo esperados para as Dakotas.
Fonte: NOAA
Ao lado da questão climática, o mercado sente a pressão também do óleo de soja, que cai mais de 4% na Bolsa de Chicago, acompanhando as perdas do petróleo, as quais vêm sendo registradas tanto para o WTI em Nova York, quanto para o Brent, em Londres.
Segundo informações de analistas e consultores de mercado, a China estaria rolando algumas compras de soja para meses mais a frente diante das apertadas margens de esmagamento no país, mais um fator de pressão sobre as cotações.
O setor de suínos sentindo a pressão da Peste Suína Africana e mais a mudança na composição da alimentação animal com menos utilização de farelo de soja, como explicou o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa, em sua última entrevista ao Notícias Agrícolas, ajuda intensificar o movimento.
As notícias, inclusive, dão espaço maior para a correção dos preços nos vencimentos mais próximos.
E também no radar dos traders, uma nova paralisação dos trabalhadores portuários na Argentina, que reivindicam a vacina contra a Covid-19. "Segundo operadores, o escoamento de grãos ainda não foi prejudicado", explica a Agrinvest Commodities.