Encerramento do Rally da Safra aponta recorde de produtividade para a safra de soja 20/21

Publicado em 06/04/2021 14:54
Lavouras mais precoces sofreram mais com condições climáticas, mas ciclos médios e longos surpreenderam positivamente. Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Piauí foram os estados onde a produtividade mais cresceu

O Rally da Safra 2021 foi oficialmente encerrado nesta terça-feira (06) após uma série de visitas nas lavouras de todas as regiões do Brasil com a indicação de uma safra recorde em diversos sentidos para este ciclo 2020/21.

O levantamento apontou um recorde de área cultivada com 38,6 milhões de hectares, aumento de 4,4% com relação ao ciclo 19/20, recorde de produção com o total de 137,1 milhões de toneladas, crescendo 8% em comparação a safra passada e recorde também na produtividade, que subiu de 57 sacas por hectare para 59,3 sacas.

De maneira geral, a avaliação é que esta foi uma safra muito irregular e difícil de ser medida em função da irregularidade climática, que foi a grande marca desta temporada. As lavouras precoces sofreram mais com perda de potencial, enquanto as lavouras de ciclo médio se desenvolveram melhor e se recuperaram.

No Centro-Oeste, por exemplo, isso não foi o suficiente para compensar os prejuízos, mas ajudaram a diminuir as perdas. Os estados que mais reduziram sua produtividade foram Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná, ao passo que os que mais cresceram de patamar foram Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Piauí.

CENTRO-OESTE

Esta é a região que costuma plantar mais cedo e, por isso, sofreu mais com a irregularidade climática, especialmente no Mato Grosso, norte do Mato Grosso do Sul e oeste de Goiás. O problema no inicio da safra foi falta de chuvas e na colheita foi o excesso de chuva, principalmente no médio norte do Mato Grosso.

Sendo assim, Mato Grosso perdeu mais de 1 milhão de toneladas de seu potencial com produtividade média de 57,9 sacas por hectare contra de 60 sacas de 19/20. Mato Grosso do Sul caiu de 61,4 sacas por hectare para 58,6 sacas de um ano para o outro. Já Goiás foi de 62,9 sacas por hectare para 61,4 sacas.

MATOPIBA

Já na região do Matopiba, que engloba estados do Norte e Nordeste, o plantio foi realizado em um período melhor, mas o registro de chuvas foi no limite do necessário. O grande destaque positivo do Rally da Safra foi a Bahia que plantou até mais cedo do que o normal e chegou as 67 sacas por hectare após atingir 63,3 sacas as safra passada.

Maranhão e Piauí foram os estados mais prejudicados por veranicos ao longo do ciclo de desenvolvimento da cultura, mas, ainda assim, subiram suas produtividades. O Piauí, que já chegou a ter 60 sacas por hectare, subiu de 55,9 para 57 sacas. Já o Maranhão, bateu novo recorde após o melhor resultado do ano passado, saltando de 54,5 sacas por hectare para 54,7 sacas.

Por outro lado, o Tocantins foi quem mais sentiu a queda de produtividade. Ao longo da safra, o estado era o que mais prometia bons resultados na região, com o clima favorável desde o começo das atividades, mas choveu muito na colheita e se perdeu bastante soja. A produtividade estadual foi reduzida de 55 sacas por hectare para 54,7 sacas, com o resultado impactado também pelas dificuldades de estrutura de recebimento com filas de caminhões para descarregar e secar a soja.

SUDESTE

Minas Gerais era mais um estado com grande potencial para superar os rendimentos do ano passado, mas o excesso de precipitações ao longo da colheita prejudicou os patamares finais, que caíram de 63,2 sacas por hectare para 62,5 sacas.

Já em São Paulo, apesar da redução de 59,8 sacas por hectare para 59,5 sacas, o estado possui duas situações distintas. Enquanto áreas mais centrais, produzidas na renovação de cana, tiveram baixos resultados, outras regiões chegaram tiveram alto pontencial e chegaram em até 100 sacas por hectare.

SUL

A região Sul do Brasil foi outra bastante impactada pelas condições climáticas irregulares, especialmente no Paraná. Por lá, houve um atraso histórico de plantio e colheita, com até 30 dias de atraso no Oeste do estado devido a falta de chuvas e depois excesso de precipitações na colheita. Assim, os produtores paranaenses produziram 61 sacas por hectare após colherem 63,8 na safra anterior.

Por outro lado, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que começaram apresentando perdas para as lavouras mais precoces, se recuperaram e superaram as expectativas nas áreas com ciclo mais longo. Os gaúchos cresceram a produtividade de 37,1 sacas por hectare para 57,9 sacas e os catarinenses subiram de 58,9 sacas por hectare para 62,1 sacas.

Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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