Safra comprometida no país. Estado de calamidade no Sul do Pará, é o que pedem os produtores, por Valdir Fries

Publicado em 05/03/2021 17:51
Valdir Fries é produtor rural em Itambé/PR

O setor produtivo da AGROPECUÁRIA BRASILEIRA, principal cadeia do “AGRO que NÃO PARA”… e NÃO havia parado mem mesmo com todos os decretos de emergencia devido a pandemia, nesta safra 2020/2021, o que vimos em diversas regiões do País, são maquinas e equipamentos parados devido as frequentes chuvas com altos indices pluviométricos.

Com a colheita em meio a “segunda onda” de COVID, no campo, o setor produtivo do AGRO amarga significativo percentual de perdas de produção. Perdas que se contabiliza desde a época da implantação da lavoura, que se somaram em meio ao ciclo vegetativo da cultura, e se multiplicam e se agrava a cada dia, em consequencia das interpéries climáticas…

O atrazo no inicio do regime de chuvas para o plantio em determinadas regiões do País na época do plantio, estiagem na faze de desenvolvimento da cultura (https://www.noticiasagricolas.com.br/videos/soja/274867-atraso-no-plantio-da-soja-em-itambepr-vai-impactar-em-menos-producao-nesta-safra.html#.YEJtyWhKjIU), …Ocorencia de chuvas mal distribuidas no decorrer do ciclo, baixa luminosidade na fase de frutificação (formação de vagem e granação da soja)…

Por fim, em meio ao período da colheita, é o excesso de chuvas que vem provocando perdas de produção nas lavouras de soja em diversos Estados de grandes regiões produtoras de soja do Brasil.

No Estado do PARÁ, a situação não é diferente que muitas outras do País, a exemplo de Tocantins, Maranhão e Mato Grosso, que já tem registrado e relatado as perdas decorrente dos fatores climáticos nesta safra.

No Sul do ESTADO DO PARÁ, região que vem se destacando a cada ano com o aumento da produção, através da recuperação de áreas consolidadas e incorporando areás de pastagens degradadas, tem um regime de chuvas diferenciado que sempre havia benefiado as culturas, porém, nesta safra 20/21, os produtores rurais desta região, estão vendo sua produção apodrecer em meio as lavouras, em plena época de colheita…

Em todo trajeto percorrido no Sul do Pará, o que encontramos foi produtores rurais preocupados, preocupados em não poder cumprir com os contratos firmados com as trading… Muitas das áreas de soja já foram inclusive abandonadas ao Deus dará, uma vez que a capacidade de armazenamento esta praticamente esgotada, e além do mais as trading não estão aceitando carregamento de soja com padrão de qualidade fora da classificação oficial e contratual…

De outro lado, sentimos que os produtores rurais aqui já estabelecidos, tem uma forte organização associativa, unidos através da APROCAMPO, juntaram dados técnicos e estão pleiteando o Decreto de CALAMIDADE PÚBLICA, junto aos Governos Municipais que abrangem a micro região, e na sequencia o reconhecimento do Governo do Estado, para que possam se munir de documentos para justificar um acordo junto as TRADING,uma vez que muitos dos produtores rurais já finalizaram a colheita com produção fora dos padrões de classificação… E os demais produtores que ainda tem soja a ser colhida não sabe o que pode acontecer de agora em diante.

Ou as trading aceitam receber soja com até vinte por cento de avaridos/ardidos, ou NÃO terão o que receber.

Encontramos Produtor que já alertou os adquirentes, e deixou claro que se a soja armazenada com grãos ardidos e avaridos que chegam a vinte por cento, NÃO for carregada, a soja que esta no campo e em boas condições ficará sem espaço de armazenagem, e ou exposta aos riscos na lavoura, quando colhida pode estar em condições ainda pior, como já é o caso de produtores rurais, que a produção colhida sofreu perdas de produção de trinta por cento da estimada inicialmete, e um produto com quarenta, até cinquenta por cento de soja ardido/avariado …

Para tentar salvar o que resta, o produtor rural precisa é de condiçoes climaticas que favoreçam a operação de colheita e assim consigam colher as áreas de soja de plantios mais tardiu, e também de espaço de armazenagem, No entanto, se isso não acontecer em época adequada, o risco de perdas é grande, até porque as condições climáticas seguem com fortes previsões de muita chuva na região.

O potencial produtivo da região é muito grande, a capacidade técnica e a tecnologia empregada pelos produtores rurais, tem garantido a eles bons resultados de produção em anos anteriores, e mesmo com toda falta de infraestrutura de logistica para escoamento da safra, os produtores estão otimistas com os investimentos feitos na região.

Embora existam pontos criticos para escoar a safra, o Governo tem garantido a trafegabilidade no trecho da BR 158, e o DNIT mantém equipes de serviço e equipamentos no trecho da BR que corta o Sul do Pará, e tem atendido a qualquer alerta dos produtores rurais e aos pedidos dos Dirigentes da APROCAMPO,realizando os reparos emergenciais necessários para garantir o transporte da produção.

SAFRA DE SOJA COMPROMETIDA, E PERDAS DE PRODUÇÃO DO MILHO SAFRINHA

Muitas lavouras de soja nem serão colhida devido aos altos indices de perdas, e todo atraso da colheita da soja e as chuvas continuas tem impedido não só o avanço do plantio do milho safrinha, mas também os tratos culturais das lavouras ja implantada.

Segundo observamos através dos relatos de produtores rurais, e em vistoria pessoalmente nas áras, cerca de cinquenta por cento da cultura do milho não será cultivada dentro da época adequada, e produtores rurais nesta situação, correm o risco de ficar sem qualquer cobertura de seguro rural, caso o Ministério da Agricultura não agilize o Decreto de prorogação do prazo de plantio… Algo que já deveria ter acontecido por parte do Ministério, uma vez que os meios de comuncação já tem alertado o Governo em relação ao que acontece no campo.

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