Soja: Preços sobem mais de 2% no interior do Brasil e ficam estáveis nos portos nesta 5ª
Os preços da soja terminaram o pregão desta quinta-feira (4) na Bolsa de Chicago com estabilidade, corrigindo parte das boas altas registradas no pregão anterior, mas se mantendo do lado positivo da tabela. Enquanto isso, o dólar voltou a subir no Brasil e encerrou o dia com ganho de mais de 1% e voltando a se aproximar dos R$ 5,45.
Assim, no mercado brasileiro, os preços da soja fecharam o dia registrando novas altas, principalmente no interior do país. Em alguns pontos do país, os idicativos terminaram com ganhos de mais de 2%, como em Ponta Grossa/PR, onde a saca foi a R$ 170,00 ou em Luís Eduardo Magalhães, onde a última referência ficou em R$ 153,00.
Nos portos, os preços fecharam a quinta-feira sem oscilação, acompanhando a CBOT. Em Paranaguá, a soja disponível terminou o dia com R$ 167,00 e para março, R$ 166,00 por saca; já no terminal de Rio Grande, são R$ 165,00 e R$ 164,00, respectivamente. Para junho/2021, em Santos, o preço fechou o dia com R$ 168,00.
Se de um lado o dólar subindo dá suporte e estímulo às cotações da soja nacional, de outro, os prêmios pressionado neste momento agem como um limitador das cotações. "Os prêmios da soja continuam recebendo grande pressão da fraca demanda chinesa para embarques mais curtos", explicam os analistas da Agrinvest Commodities.
Ainda de acordo com os especialistas, há consumidores finais na China já revendendo soja brasileira no destino para março e abril. "As margens continuam muito ruins na nação asiática", explica a Agrinvest.
As referências dos prêmios nos portos, de acordo com o levantamento da Brandalizze Consulting, variam entre 30 e 50 cents de dólar por bushel sobre os valores praticados na Bolsa de Chicago, na pedida dos compradores. Já entre os vendedores, os valores pedidos variam entre US$ 1,20 e US$ 1,30. E esses indicativos precisam ser alcançados e superados para que os negócios voltem a acontecer de forma mais efetiva no Brasil, e com mais ritmo.
BOLSA DE CHICAGO
Os traders ainda monitoram os fundamentos - em especial a relação apertada de oferta e demanda -, mas também registram uma movimentação técnica depois que as cotações alcançaram seus mais altos patamares em seis anos e meio na CBOT.
Além disso, o mercado também já começa a se preparar para o novo reporte mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz na próxima semana. Os novos números serão reportados em 9 de fevereiro e podem mexer com o humor dos preços, principalmente se trouxerem mudanças nos já apertados estoques norte-americanos de soja.
No paralelo, permanecem ainda o foco sobre o clima na América do Sul, na greve dos caminhoneiros na Argentina e no avanço da colheita no Brasil.
Nesta quinta, chegaram também números importantes sobre as vendas para exportação dos EUA pelo USDA, reiterando a força da demanda pelos grãos norte-americanos.
Foram 824 mil toneladas da safra 2020/21 na semana encerrada em 28 de janeiro, contra o intervalo esperado de 300 mil e 750 mil toneladas. A China foi a maior compradora. Em todo ano comercial, as vendas já somam 58,7 milhões de toneladas, muito próximo do total estimado a ser exportado pelo país de 60,69 milhões. Há um ano, o acumulado era de 32,2 milhões de toneladas. Os EUA venderam também 633,4 mil toneladas de soja da safra 2021/22.