Soja fecha em campo misto na CBOT com vencimentos mais curtos favorecidos pela demanda

Publicado em 15/10/2020 17:39

O mercado da soja fechou o pregão desta quinta-feira (15) em campo misto na Bolsa de Chicago. Os primeiros contratos, mais uma vez, fecharam com altas de 6 e 4 pontos, no novembro/20 e janeiro/21, respectivamente, que ficaram em US$ 10,62 por bushel em ambos os casos. Já o maio e o julho recuaram 0,25 e 1 ponto, terminando o dia com US$ 10,39 e US$ 10,41. 

Novas compras da China nos EUA reportadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) favoreceram essas altas nos vencimentos mais curtos. "Os chineses têm mostrado bons volumes de importação, cerca de 15,5% a mais do que no mesmo período do ano passado, também compraram muito óleo e estão atuando no mercado americano onde há soja disponível", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting. 

A nação asiática comprou mais 261 mil toneladas da oleaginosa nesta quinta-feira. Este é o segundo anúncio da semana e já leva o total a mais de 400 mil toneleadas. A demanda é grande, firme e deve seguir robusta nos próximos meses, de acordo com analistas e consultores de mercado. Com a falta de produto no Brasil, os EUA são a única alternativa da nação asiática e por isso, para o período, as vendas americanas para os chineses são recordes. 

Considerando 50% de vendas para destinos 'desconhecidos' como China, as operações já chegam a 13 milhões de toneladas, de acordo com a Agrinvest Commodities. 

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+ China compra mais 261 mil t de soja dos EUA nesta 5ª feira, informa o USDA

Em paralelo, o mercado norte-americano acompanha o desenvolvimento da colheita da safra 2020/21 dos EUA - que já passa de 60% da área - e o comportamento do mercado financeiro. Uma segunda onda de coronavírus já assusta países da Europa, compromete a recuperação da economia global e traz insegurança ao mercado financeiro. 

NO BRASIL

No Brasil, novos negócios são apenas pontuais, com os produtores esperando pelas chuvas consistentes, bem distribuídas e de volumes mais altos para darem andamento ao plantio da safra 2020/21. As precipitações são insuficientes e em Mato Grosso, onde pouco mais de 3% da área está semeada contra média de 16% dos últimos cinco anos, já há relatos de replantio, segundo o IMEA (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária). 

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+ MT já tem relatos de replantio com chuvas ainda mal distribuídas e de baixo volume, afirma IMEA

Assim, há apenas 5% da safra nacional plantada, enquanto a média é de 15% para o período. E assim, os sojicultores evitam comprometer ainda mais de suas safras. Para a safra 2019/20, são perto de 5% de oferta para ainda ser comercializado e os produtores também evitam novos fechamentos neste momento, ainda como explica Brandalizze. 

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Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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