Soja tem altas expressivas em Chicago, apoiada em estoque americano baixo e atraso no plantio em outros países

Publicado em 06/10/2020 11:46
China deve voltar de feriadão com "apetite" maior por compras, diz especialista

As cotações dos principais contratos futuros de soja na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalhavam com altas expressivas na tarde desta terça-feira (6), variando entre 14,50 pontos a 22 pontos por volta das 11h20 (horário de Brasília. 

O vencimento Novembro/20 operava com valorização de 22,00 pontos, chegando a US$ 10,43/bushel, alta de 19,75 pontos para o Janeiro/21, com preço de US$ 10,44/bushel. O contrato Maio/21 teve avanço de 15,50 pontos, valendo US$ 10,33/bushel, e o Julho/21 aumentou 14,50 pontos, atingindo US$ 10,36/bushel. 

De acordo com o consultor da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, apesar do ritmo acelerado do processo de colheita da oleaginosa nos Estados Unidos, com 38% das áreas já colhidas, conforme informação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), este movimento não pressiona as cotações para baixo.

"Isso porque a China comprou muito nas últimas semanas e há indicativos de que o país asiático deva retornar do feriadão com mais apetite pelo produto americano, já que há atraso no plantio da soja na América do Sul, incluindo o Brasil", disse.

Segundo ele, o Brasil não deve ter a soja colhida em janeiro/início de fevereiro, sendo portanto necessário os chineses buscarem a garantia de abastecimento junto ao mercado americano. 

"Vai haver essa demanda, mas o USDA confirmou na semana passada em relatório relatório que o estoque de soja americano estábaixo. Esta semana o Departamento divulga o relatório de oferta e demanda mensal, que vai confirmar demanda maior pelo produto americano para exportação, maior demanda mundial pela oleaginosa e estoques, tanto americanos como no restante do mundo, baixos", explicou. 

Há ainda o temor dos sojicultores argentinos, grandes produtores e exportadores, com o fenômeno La Niña que pode provocar escassez de chuva sobre as lavouras este ano. "Isso contribui para o fôlego nas cotações em Chicago e mantém o mercado firme", disse o consultor. 

MERCADO INTERNO

Conforme explica Brandalizze, os negócios para a soja estão lentos no Brasil no momento porque houve uma calmaria no dólar. Os níveis de preço da oleaginosa no porto disponível estão em cerca de R$ 150,00, R$ 152,00, R$ 153,00 por saca, mas não há vendedores participando do mercado no momento. 

"Os patamares do mercado no interior trabalham hoje nas indústrias do sul do Brasil e de parte do sudeste na faixa de R$ 160,00 a saca, também chegando a este valor em algumas indústrias do centro-oeste do país". 

Tags:

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Soja em Chicago rompe suporte importante dos US$10,30/bushel para Novembro, mas consegue finalizar acima desse patamar
Preços da soja fecham com mais de 1% de queda em Chicago nesta 2ª; atenção às retenciones na Argentina
Soja dá sequência às baixas da última sessão e lidera perdas entre os grãos em Chicago nesta 2ª
Soja/Cepea: Altas externa e cambial impulsionam preços no BR
Soja despenca em Chicago, mas na sequência mercado pode voltar a ficar lateralizado
Soja desaba 4% nesta 6ª feira em Chicago, acompanhando perdas agressivas do óleo, farelo e grãos