Soja: BR renova recorde de exportações e volume recebido pela China aumenta 2,6% só em abril

Publicado em 26/05/2020 09:16

As importações de soja da China pelo Brasil cresceram 2,6% em abril em relação ao mesmo período do ano passado, segundo mostraram dados da Administração Geral da Alfândega da nação asiática. O volume importado foi de 5,939 milhões de toneladas, somente de produto brasileiro e é quase o triplo do número de março, quando foram recebidas 2,099 milhões de toneladas.

Ainda segundo os números da alfândega chinesa, as importações de soja do país teriam apresentado uma queda no mês de 12%, para somarem 6,71 milhões de toneladas. Assim, já podiam ser registradas ainda baixas nos estoques de farelo e soja em grão na nação asiática. 

Os números apontam ainda que, também em abril, a China comprou 665,591 mil toneladas de soja dos EUA, um total que é 62% menor em relação ao mesmo período de 2019. 

No entanto, no segunda quinzena de abril, os volumes de suprimento já começavam a se recuperar com a chegada de grandes cargas da oleaginosa e derivados à China. Há alguns dias, o Notícias Agrícolas já havia adiantado que entre maio e julho, os chineses receberiam volumes recordes de soja do Brasil. Segundo o Conselho Nacional de Grãos e Óleos da China (CNGOIC), o recebimento de soja brasileira na nação asiática deverá alcançar o recorde das 10 milhões de toneladas e ficar próximo a isso nos meses de junho e julho. 

Relembre:

>> China deverá receber volumes recordes de soja brasileira entre maio e julho

O governo chinês vem estimulando que indústrias de alimentos sigam recompondo seus estoques de grãos, proteínas, e outros itens para garantir a segurança alimentar na volta do pico da pandemia do novo coronavírus e também dos resultados drásticos que episódios como o da Peste Suína Africana ocasionaram em seus planteis. 

Somente em abril, as importações de carne suína da China aumentaram 170% em relação a 2019, neste mesmo intervalo, e alcançaram 400 mil toneladas. No primeiro quadrimestre do ano, foram 1,35 milhões de toneladas, registrando um aumento de 170,4%. 

Leia mais:

>> Importações de carne suína da China em abril saltam 170%, atingindo recorde

EXPORTAÇÕES DO BRASIL

Enquanto sobem as importações de soja pela China, as exportações brasileiras também registram números elevados e novos recordes. De acordo com dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), as vendas da oleaginosa pelo Brasil na terceira semana de maio foram de 3,5 milhões de toneladas, levando o acumulado no mês a 12,3 milhões de toneladas. 

"Tudo aponta para que maio se encerre com mais de 15 milhões de toneladas exportadas", diz Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting. "Nota-se que a soja continua como maior produto brasileiro na pauta exportadora, e somente nestas três primeiras semanas de maio trouxe para o Brasil cerca de US$ 4,6 bilhões, liderando forte as vendas e dando fôlego à economia brasileira que, em tempos de quarentena, está em frangalhos", completa. 

Em todo 2020, as exportações do país já somam 46,8 milhões de toneladas - um novo recorde para os primeiros cinco meses do ano, enquanto no mesmo período do ano anterior, esse volume era de apenas 33 milhões. No complexo soja, o total acumulado das vendas externas já chega a 53,8 milhões de toneladas, enquanto há um ano eram 39,7 milhões. 

A projeção é de que o Brasil encerre o ano com exportações no complexo de 95 milhões de toneladas.

Tags:

Por: Carla Mendes| Instagram@jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Soja em Chicago rompe suporte importante dos US$10,30/bushel para Novembro, mas consegue finalizar acima desse patamar
Preços da soja fecham com mais de 1% de queda em Chicago nesta 2ª; atenção às retenciones na Argentina
Soja dá sequência às baixas da última sessão e lidera perdas entre os grãos em Chicago nesta 2ª
Soja/Cepea: Altas externa e cambial impulsionam preços no BR
Soja despenca em Chicago, mas na sequência mercado pode voltar a ficar lateralizado
Soja desaba 4% nesta 6ª feira em Chicago, acompanhando perdas agressivas do óleo, farelo e grãos