Soja: Com pressão do dólar, preços nos portos do Brasil já testam indicativos até R$ 2 mais baixos

Publicado em 18/05/2020 14:09 e atualizado em 18/05/2020 16:02
Indicativo para junho em Paranaguá testa os R$ 114/sc; mercado sem vendedores nesta 2ª feira

As cotações da soja negociadas na Bolsa de Chicago seguem operando em campo positivo na tarde desta segunda-feira (18). Os futuros da oleaginosa, por volta de 13h50 (horário de Brasília), as variações eram de 5,50 a 6,75 pontos nos principais contratos, com o julho valendo US$ 8,44 e o agosto,o US$ 8,46 por bushel. 

Ao mesmo tempo, o dólar cai forte no Brasil, perde mais de 2% na tarde de hoje para bater na mínima em de sete pregões e é cotado a R$ 5,72. Um maior apetite ao risco e notícias positivas ligadas a tratamentos para o coronavírus pesam sobre a moeda norte-americana. 

Dessa forma, segundo explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, a semana começa com os indicativos no mercado brasileiro até R$ 2,00 mais baixos com este momento do câmbio. Assim, a soja para junho no porto de Paranaguá, por exemplo, testa os R$ 114,00 por saca. 

Assim, a segunda-feira é mais fraca também de negócios. "O mercado está sem vendedor e compradores falando de R$ 2,00 abaixo (dos valores da última semana)", diz.

A expectativa para esta semana é de que o foco do mercado nacional permaneça sendo o dólar. No entanto, os negócios para a safra 2019/20 deverão ser mais escassos, dado o elevado percentual já comercializado. 

"Nota-se que tem alguns que já colocaram na mira dos novos fechamentos os R$ 120 no porto e este nível está longe neste momento e assim os negócios devem ser pontuais, mas mercado seguirá firme", completa Brandalizze. 

BOLSA DE CHICAGO

Segundo já sinalizam analistas e consultores de mercado, há expectativas melhores sobre as compras da China nos EUA, principalmente diante de sua necessidade e da baixa disponibilidade de produto no Brasil. 

"A China está muito aquém do seu compromisso. Assim, suas compras de soja deverão crescer, mas o volume ainda será pequeno", explicam os analistas de mercado da Agrinvest Commodities. 

Mais do que isso, o mercado ainda estará muito atento às relações comerciais entre chineses e americanos, ainda um tanto preocupado com as declarações de Donald Trump a Xi Jinping, como as que foram feitas na última semana. 

No paralelo, atenção ainda às questões climáticas. As condições seguem favoráveis para os EUA, com o plantio se desenvolvendo bem e com novos números a serem divulgados no final do dia desta segunda-feira pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualizando os trabalhos de campo. Os dados chegam às 17h (horário de Brasília).  

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Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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