China compra mais 272 mil t de soja dos EUA nesta 5ª feira e fortalece altas em Chicago
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou uma nova venda de soja para a China nesta quinta-feira (23) de 272 mil toneladas. O volume é todo da safra 2019/20.
Todas as vendas feitas no mesmo dia, para o mesmo destino e com volume igual ou superior a 100 mil toneladas devem sempre ser informadas ao departamento. Ontem, já houve o anúncio de 198 mil toneladas de uma outra venda.
A China vem aproveitando os baixos preços da soja norte-americana para ir a mercado e aproveitar bons momentos, para boas compras. Os embarques, segundo especialistas, são para o segundo semestre. "A soja que estão comprando nos EUA é para reserva porque tem baixa umidade", diz o diretor do SIMConsult, Liones Severo.
Há alguns dias, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago bateram em suas mínimas em 11 meses, atraindo os compradores, principalmente a nação asiática. O país agora está recompondo seus estoques e seus planteis de suínos e aves depois de problemas causados pela pandemia do coronavírus e também pela Peste Suína Africana, que ainda causa problemas.
De acordo com informações de agências internacionais, a China planeja comprar 10 milhões de toneladas de soja, 20 milhões de toneladas de milho e 1 milhão de toneladas de algodão dos EUA para suas reservas estatais. Tais compras são parte da fase um do acordo firmado entre chineses e americanos, em 15 de janeiro, para amenizar os efeitos da guerra comercial.
"De acordo com com exportadores americanos, a China vem demostrando novo interesse na compra de soja dos EUA durante os últimos dias, juntamente com a demanda por carne e seus subprodutos. A compra poderia recuperar fortemente os preços em CBOT se associada com o aumento da demanda de biocombustíveis", explica o diretor do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.
BOLSA DE CHICAGO
Desde o início da semana a melhor demanda da China nos EUA vem favorecendo o andamento das cotações na Bolsa de Chicago, que hoje sobem mais de 1%. Por volta de 11h30 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 7,25 e 11 pontos nos prinicipais contratos, com o maio valendo US$ 8,74 e o agosto, US$ 8,54 por bushel.
Na outra ponta, porém, o mercado espera ver a continuidade dessas compras - que deve acontecer também dada a baixa disponibilidade do produto brasileiro -, mas também segue observando os desdobramentos da pandemia.
"Atualizações sobre o Covid-19 e a recessão global, sem dúvida nenhuma, também continua a afetar o humor dos investidores", explica o consultor da Cerealpar, Steve Cachia.
As commodities todas sobem nesta quinta-feira acompanhando também o rally do petróleo. Pelo segundo dia consecutivo, os futuros da commodity sobem mais de 10%, também na tentativa de uma recuperação após preços negativos no vencido contrato maio e dos menores níveis do século para o junho. Esse último hoje sobe mais de 30% em Nova York, com o brent sendo cotado a US$ 17,95 por barril do WTI.