Soja: Portos do BR têm entre R$ 101 e R$ 104 e negócios pontuais nesta 3ª feira

Publicado em 14/04/2020 12:43 e atualizado em 14/04/2020 13:18

O mercado da soja voltou a recuar de forma um pouco mais expressiva no início da tarde desta terça-feira (14) na Bolsa de Chicago. Por volta de 12h20 (horário de Brasília), as cotações perdiam entre 6,25 e 7 pontos nos principais contratos, com o maio valendo US$ 8,47, o julho US$ 8,56 e o agosto, US$ 8,59 por bushel. 

Mais uma vez, porém, o fiel da balança para os preços no mercado brasileiro continua sendo o dólar, que sobe hoje e volta à casa dos R$ 5,20, mantendo os patamares para a oleaginosa no país dentro da 'normalidade', como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. 

São valores nos portos que variam de R$ 101,00 a R$ 104,00 por saca, a depender da posição de entrega e pagamento. Para agosto, as referências chegam a alcançar, nos melhores momentos do dia, indicativos nos R$ 105,00. Assim, alguns negócios são observados, mas ainda assim de forma pontual, com os produtores contabilizando uma comercialização já bem adiantada, tanto para a temporada 2019/20, quanto para 2020/21. 

"Em pouco tempo os chineses não encontrarão mais soja para comprar aqui e terão que migrar, provavelmente já em maio, para o mercado norte-americano. E se tiver compra chinesa nos EUA, o mercado em Chicago já reage melhor e mais firme", explica Brandalizze. 

BOLSA DE CHICAGO

O mercado, segundo explica Steve Cachia, consultor da AgroCulte e da Cerealpar, se ajusta às últimas notícias - positivas e negativas - e aos seus próprios fundamentos, principalmente diante dos EUA prestes a começarem sua nova safra. 

"Apesar do pessimismo provocado pelo fechamento de algums indústrias de carnes e soja nos EUA, o número de casos de Covid-19 no mundo chegando a 2 milhões com 120.000 mortos, há o outro lado da moeda, os impressionantes 3 milhões de testes efetuados nos EUA, números de casos confirmados e mortos diminuindo na Europa e o fato de que meio milhão de pessoas já se recuperaram do vírus ao redor do mundo", diz Cachia.

Para Cachia, o mercado ainda carrega um viés positivo importante vindo da demanda, mais especificamente da necessidade dos países de construirem seus estoques de alimento. "Isso pode ser  liderado talvez pelo trigo, com países formando estoques e até limitando ou proibindo exportações. Fora disso, a China dá sinais de recuperação, até econômica, e se permanecer esse quadro, deve se transformar em compras em volumes maiores de soja, milho e trigo, principalmente dos EUA, dentro da Fase 1 do acordo comercial", conclui.

No paralelo, seguem as atenções também diante do início da nova safra norte-americana, com o plantio já iniciado nos EUA em algumas regiões. Já há 3% da área semeada com milho no país, mesmo índice do ano passado e frente aos 4% da média histórica. 

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Por: Carla Mendes| Instagram@jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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