Soja chega a R$ 110, referência agosto/20, em Paranaguá com altas de 2% dos futuros em Chicago e do dólar
Com uma combinação dos futuros da soja em alta na Bolsa de Chicago e mais o dólar voltando a subir frente ao real nesta segunda-feira (23), os preços da soja no mercado brasileiro voltam a trabalhar na casa dos R$ 100,00 por saca no mercado spot, como informa a Agrinvest Commodities, na referência do porto de Paranaguá, pagamento em 20 de maio. Em Rio Grande, R$ 102,00/saca, também no spot, pagamento maio, como relata Rita De Baco, diretora da De Baco Corretora. "A referência chega a R$ 103,00, dependendo do momento", explica Rita.
Para agosto/2020, a referência salta para R$ 110,00, ainda como explica a Agrinvest, também no terminal de Paranaguá. O dia tem sido bastante agitado e de bom ritmo de negócios, como explica o analista da Agrinvest, Marcos Araújo, ao Notícias Agrícolas.
"Tal referência de preço se dá através do seguinte cálculo: (cotação da soja Set/20 na CBOT +- Prêmio Local) * Dólar Futuro. O prêmio local é chamado de basis, é a diferença entre o preço do mercado físico para o contrato futuro de referência na Bolsa de Mercadorias. Confira a conta abaixo:
Soja CBOT Set/20 a $873,50/bushel
Basis sobre rodas (FCA) +92
Dólar Futuro R$ 5,166
(($873,50 + 92) * 0,022046) * 5,166 = R$110,00 a saca", explica o analista de mercado Marcos Araújo, da Agrinvest Commodities.
Por volta de 14h10 (horário de Brasília), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago subiam quase 20 pontos, levando os principais vencimentos a já superarem os US$ 8,80 por bushel, renovando suas máximas nas últimas semanas, bem como o dólar frente ao real tinha alta de quase 2% - 1,81%, no mesmo momento - e era cotado a R$ 5,119.
MERCADO INTERNACIONAL
O mercado, que acumulou baixas e ficou bastante sobrevendido em semanas consecutivas de intensa aversão ao risco acabou ficando mais barato e mais atrativo para os compradores, ajudando nessa recuperação das cotações. Na semana passada, bons volumes de soja dos EUA para a China foram confirmados e trouxeram algum otimismo ao mercado. Para analistas e consultores, pode ser o início do cumprimento da fase um do acordo comercial firmado entre chineses e americanos depois de 18 meses de guerra comercial, já que outros produtos como milho e trigo também foram adquiridos.
E assim, os futuros da soja dão continuidade às altas fortes já registradas no final de última semana. E o mercado e traders observam ainda o comportamento do dólar frente ao real e demais moedas.