Soja: Mercado brasileiro tem dia calmo e com foco na alta do dólar nesta 2ª feira
O mercado da soja começa calmo a semana no Brasil, sem a referência da Bolsa de Chicago, fechada nesta segunda-feira (17), em comemoração do feriado do Dia do Presidente. Os negócios serão retomados nesta terça-feira, 18 de fevereiro, e até lá, os negócios no cenário nacional estiveram focados no dólar.
Segundo o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, as referências para a oleaginosa nos portos ainda testam indicativos perto dos R$ 89,50 por saca, e esse valor se firma como referência ao menos até maio. "Sem Chicago hoje, ninguém quer puxar o preço. Para julho e agosto se vê algo entre R$ 90,50 e R$ 91,00", diz.
Novos negócios neste momento, ainda como explica Brandalizze, se mostram um pouco mais limitados, uma vez que a comercialização brasleira está bastante adiantada e o produtor mais focado na colheita. Já foram vendidas, segundo o consultor, 55 milhões de toneladas da nova safra. Mais do que isso, acredita que na medida em que os preços voltam à casa dos R$ 90,00 e superando esse patamar nos portos, os sojicultores voltam a vender.
"O mercado da soja, nesta nova semana, deverá trazer novas negociações, porque a colheita avança e, assim, mais produto chegará aos armazéns, devendo estimular os fechamentos, o que é motivado ainda por indicativos do momento ainda favoráveis e insumos com boa relação de troca frente à soja. Isso pode ser argumento para que os negócios andem em bom ritmo", acredita Brandalizze.
PRÊMIOS
Sobre os prêmios, os valores seguem firmes e variando entre 55 e 60 cents de dólar acima dos valores praticados na Bolsa de Chicago, podendo chegar a 62 cents, porém, sem exibir grandes mudanças. E este continua sendo, ainda como explica o consultor, outro fator de suporte aos preços no mercado brasileiro.
Afinal, a demanda pela soja brasileira segue forte, principalmente por parte da China. O que os negociadores observam agora é quais serão os próximos movimentos da nação asiática no mercado norte-americano agora que entra em vigor o acordo comercial entre os dois países. A vigência do texto teve início do último sábado, dia 15 de fevereiro.
"Não vai ser uma correria de compras, mas a China tem que comprar bastante soja dos EUA. Ainda assim, eles vão continuar comprando o que estiver mais barato no Brasil. Eu acredito que eles irão comprar algo entre 55 e 58 milhões de toneladas do Brasil e os outros 30 milhões de toneladas de outros lugares do mundo", diz o especialista da Brandalizze Consulting.
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