Soja sobe até 2,6% no interior do Brasil com demanda e dólar ainda forte frente ao real
A combinação da renovação da máxima histórica do dólar junto de pequenos ganhos na Bolsa de Chicago nesta quinta-feira (13) promoveram uma nova rodada positiva para os preços da soja no mercado brasileiro.
Algumas praças do interior do Brasil chegaram a marcar altas fortes de até 2,67%, como foi o caso de Brasília, onde o preço foi a R$ 77,00 por saca. Em praças como Luís Eduardo Magalhãs, na Bahia, e Assis, em São Paulo, foram a R$ 80,00 com ganhos de mais de 1% somente nesta quinta.
Nos portos, as referências subiram 0,57% e terminaram o dia variando entre R$ 88,00 e R$ 88,50 por saca.
Não só o dólar alto, mas também a demanda forte pela soja brasileira tem sido importante fator de suporte e estímulo aos preços neste momento. O mercado vê ainda algum atraso na colheita e, consequentemente, certa 'demora' na chegada da nova oferta e o cenário também favorece a formação de indicativos melhores.
"A soja permanece com preços aquecidos pelo câmbio e pelos prêmios voltando a subir em meio a uma retomada das compras chinesas nos portos brasileiros nestes últimos dias", explica a ARC Mercosul.
DÓLAR
O dólar, que subiu forte durante o dia, recuou, passando por um ajuste e fechou com perda de 0,34%, mas ainda sendo cotado a R$ 4,33. O movimento de baixa veio na sequência de uma intervenção do Banco Central com uma oferta líquida de swap cambial pela primeira vez em um ano.
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MERCADO INTERNACIONAL
Nesta quinta-feira, o mercado da soja na Bolsa de Chicago fechou com leves altas, depois de iniciar o dia operando timidamente em campo negativo. No entanto, como explicam analistas e consultores, o mercado ainda não consegue definir uma direção.
O otimismo que invadiu os mercados ontem parece estar se dissipando com as notícias novas sobre o surto do coronavírus, apesar do progresso nas pesquisas. A província de Hubei, epicentro da crise, registrou 242 mortes pelo vírus somente nesta quarta, 12 de fevereiro e 14.840 novos casos. Esse foi o dia em que mais mortes foram registradas.
O que ainda dá algum suporte aos preços na Bolsa de Chicago são as expectativas de que a China voltará de forma um pouco mais expressiva às compras no mercado norte-americano a partir de 15 de fevereiro, que é quando entra em vigor a fase um do acordo comercial entre os dois países.