Soja sobe forte no Brasil com dólar em recorde histórico e 4ª feira de altas em Chicago
O mercado da soja registrou um novo dia de altas na Bolsa de Chicago nesta quarta-feira (12) e os preços subiram entre 4,25 e 7,75 pontos nas posições mais negociadas. O contrato março fechou o dia com US$ 8,92, o maio com US$ 9,03 e o julho a US$ 9,14 por bushel. A soja acompanhou o bom desempenho das demais commodities e do mercado financeiro internacional.
"A quarta-feira foi marcada por altas generalizadas nos mercados financeiros globais, que geraram reflexos também nas commodities agrícolas. Tal otimismo vem da queda na percepção de risco gerada pelo Coronavírus", explicam os diretores da ARC Mercosul.
Segundo informou a OMS (Organização Mundial da Saúde) nesta quarta, os casos do vírus se estabilizaram, porém, afirmou ainda que "o surto pode ir em qualquer direção" a partir de agora. Entretanto, essa estabilidade já foi suficiente para abrir um espaço para alguma recuperação dos principais mercados ao redor do mundo.
Além do coronavírus, os traders esperam que a partir de 15 de fevereiro, quando o acordo entre China e EUA entra em vigor, a nação asiática passe a atuar mais efetivamente no mercado americano. Até este momento, porém, as sinalizações de novas aquisições ainda não foram feitas e o movimento mantém pressão sobre os preços na CBOT.
De outro lado, o mercado observa também o avanço da colheita nos EUA, que ainda sofre em determinadas regiões por conta do excesso de chuvas. "O atrasdo na colheita ameniza a pressão sazonal da entrada da nova safra", diz Steve Cachia, consultor da AgroCulte e da Cerealpar. "Mas o fator principal continua sendo as relações EUA x China", completa.
PREÇOS NO BRASIL
No Brasil, os preços da soja também subiram e permanecem sustentados. A demanda forte pela oleaginosa e o dólar renovando suas máximas históricas continuam como os principais combustíveis para as referências. Nesta quarta, a moeda americana bateu seu novo recorde, subiu 0,56% e fechou em R$ 4,35.
"A soja permanece com preços aquecidos pelo câmbio e pelos prêmios voltando a subir em meio a uma retomada das compras chinesas nos portos brasileiros nestes últimos dias", complementam os analistas da ARC.
Assim, as referências nos portos brasileiros voltaram a atuar no intervalo dos R$ 87,50 a R$ 88,00 por saca, e ainda segundo especialistas, encontra espaço para retomar os R$ 90,00, principalmente se a China voltar a fazer parte de suas compras nos EUA, motivando ganhos melhores e mais consistentes na Bolsa de Chicago.
No interior, os indicativos fecharam o dia com altas de mais de 1% nas principais praças de comercialização, acompanhando os ganhos de Chicago e do dólar, além de serem estimulados ainda pela forte demanda pela soja brasileira.