Novas cultivares de soja convencionais chegam ao mercado

Publicado em 29/01/2020 15:42
Durante a Showtec (MS) foram apresentadas variedades com tecnologia “block”, com tolerância a percevejo, e “shield”, resistente à ferrugem asiática

O mercado e as pesquisas com soja convencional não param. Durante a Showtec, evento agropecuário que ocorreu em Maracaju (MS), a Embrapa apresentou três variedades de soja convencional que estão aptas para plantio nas macrorregiões 2 (Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo) e 3 (Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Goiás).

“Trouxemos a associação de algumas tecnologias, como a “block”, que tem maior tolerância aos percevejos, o que minimiza a ação destrutiva da praga. Nos experimentos, verificamos o efeito positivo, sem sequer uma aplicação de inseticida. Claro que pode ser pontual, mas já se vê diminuição nas aplicações”, conta Harley Nonato de Oliveira, chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Oeste (MS).

A Embrapa apresentou as cultivares BRS 391, BRS 531 e BRS 539. “A 391 tem tecnologia block  que, com certeza, vai diminuir as aplicações de inseticida em uma ou duas vezes. Já as outras variedades têm tecnologia shield, com resistência à ferrugem asiática”, explica Rodrigo Garcia, pesquisador da Embrapa Oeste.

Marcos Rafael Petek, pesquisar da Embrapa Soja (PR), acrescenta que a BRS 531 tem ainda o diferencial de ter alto teor de proteína. “O teor supera 39%, em média, enquanto a média nacional é abaixo de 37%. E também é um material resistente a nematoide de galha”, afirma.

Em Mato Grosso do Sul, 4% dos 3,2 milhões de hectares de lavouras de soja são semeados com variedades convencionais, segundo a Fundação MS. O Instituto Soja Livre esteve presente na Showtec para orientar os produtores rurais sul-matogrossenses sobre manejo da soja convencional, as vantagens do plantio e a demanda mundial.

Rodrigo Garcia reforça que é preciso esclarecer que os materiais convencionais têm o mesmo potencial produtivo de outros que estão no mercado. “Criou-se um estereótipo de que a variedade convencional não tem tecnologia, mas isso não é real. Se não tem potencial, nem avança nos programas de melhoramento. Já existem alguns produtores que estão optando por convencional independente do bônus, especialmente na abertura do plantio, porque verificaram todo o potencial da soja convencional”, finaliza.

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Fonte: Instituto Soja Livre

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