Soja em Chicago mantém otimismo com acordo China e EUA, mas cautela prevalece
Os futuros da soja encerraram em alta nesta segunda-feira (23), na Bolsa de Chicago (CBOT). As cotações foram fortalecidas pela retirada de tarifas de importação anunciada hoje pela China. Além disso, exportadores norte-americanos relataram ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) vendas de 126 mil toneladas da oleaginosa ao país asiático com entrega para o ano comercial 2019/20.
Apesar de ainda não serem os grandes volumes esperados pelo mercado, o fato das vendas estarem ocorrendo, indicam que os negócios entre China e EUA começam a voltar para a normalidade.
Ao final da sessão, o vencimento janeiro teve alta de 5,75 pontos e finalizou a US$ 9,34/bushel , março encerrou com 4 pontos de elevação com negócios a US$ 9,40/bushel e maio encerrou a US$ 9,55/bushel com valorizção de 4.25 pontos.
Mais cedo, a China comunicou o corte de tarifas sobre diversos produtos que passa a valer a partir de 1º de janeiro. A medida é adotada no momento em que Pequim e Washington tentam concluir a fase 1 do acordo comercial bilateral. O plano reduzirá tarifas para todos os parceiros comerciais sobre mais de 859 tipos de produtos para abaixo das taxas garantidas às nações menos favorecidas, afirmou o Ministério das Finanças. O governo chinês ainda diz que pretende "expandir ativamente as importações, estimular o potencial de importações e otimizar a estrutura de importações".
Para o analista de mercado, Luiz Fernando Gutierrez, da Safras, apesar da sinalização positiva, operadores em Chicago aguardam otimistas porém, cautelosos, a assinatura do acordo que só deve ocorrer em janeiro. Até lá, soja em Chicago tende a ganhar novos patamares de preços e os primeiros vencimentos devem alcançar os US$ 9,50/bushel até o final do ano. No entanto, para buscar patamares de US$10,00/bushel ou acima disso é preciso acordo assinado e China comprando volumes ainda maiores que os registrados nesse momento.
Mercado Interno
No porto de Paranaguá, a soja disponível fechou com R$ 87,50 e perdas de 1,13% e a safra nova, R$ 87,00 por saca, sem alteração em relação ao fechamento da última sexta-feira(20). Em Rio Grande, as referências encerraram o dia com R$ 88,50 no spot, com alta de de 0,57%, e R$ 89,00 para a nova temporada.
Segundo Gutierrez, o sojicultor deixou a comercialização de lado há duas semanas e está se dedicando aos cuidados com a lavoura. A comercialização está adiantada, com cerca de 40% da nova safra vendida. Mas o analista alerta, principalmente àqueles que ainda não negociaram nada, para um cenário pouco favorável aos preços com câmbio e prêmios pressionados e mais a entrada de uma possível safra recorde a partir de março. " Vai ser um primeiro semestre de risco para os preços no Brasil"