Soja fecha a 2ª feira com mais de 10 pts de queda na CBOT especulando frente fria nos EUA

Publicado em 15/07/2019 17:12

Especulando sobre uma nova frente fria que poderia chegar ao Meio-Oeste americano nas próximas semanas, o mercado da soja na Bolsa de Chicago terminou o pregão desta segunda-feira (15) com baixas de mais de 10 pontos entre as principais posições. O agosto encerrou os negócios com US$ 9,01 por bushel, enquanto o novembro ficou em US$ 9,20. 

Segundo explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities, depois de uma onda de calor sobre os EUA - que também deve acontecer - essa nova frente fria será determinante para a manutenção da produtividade da soja, ou até mesmo uma para promover uma melhora caso seja confirmada. E o mercado já trabalha com as diversas possibilidades. 

"Temos essa produtividade nos EUA ainda bastante indefinida", diz Vanin. 

Para os próximos dias, a preocupação maior se dá diante das previsões que indicam em uma parte grande do centro e oeste do Meio-Oeste americano nada mais do que rápidas pancadas de chuvas nesta semana, a qual deverá marcar dias ainda mais quentes, com temperaturas acima da média, mostra o agrometeorologista sênior, Bryce Anderson, do DTN The Progressive Farmer. 

Leia mais:

>> Previsões ainda indicam tempo quente e seco e lavouras sofrem no Corn Belt

As preoucupações com a demanda pela soja norte-americana também mantêm as cotações pressionadas. Continua o conflito comercial entre China e Estados Unidos e até que se resolva, a procura por esse produto se mantém lenta e bastante desaquecida. 

"Sabemos que a demanda nos EUA é bem menor do que o normal, para o próximo ano comercial o USDA já vem fazendo uns ajustes, principalmente da China. A demanda nos EUA vai depender de uma melhora dos prêmios americanos, ela está muito condicionada à sua competitividade para aqueles países que não são a China. Então, em teoria, os EUA teria que se manter muito barato para atrair toda esta demanda", diz Vanin.

E ainda como explica o analista, todas essas questões climáticas têm provocado um encarecimento não só da soja nos EUA, mas também do milho, com um movimento que acaba afastando parte dos compradores. 

MERCADO BRASILEIRO

Depois de baixas consecutivas, o dólar fechou o pregão desta segunda-feira em alta e voltando à casa dos R$ 3,75. O movimento ajudou a limitar o impacto das baixas em Chicago e promover uma ligeira reação dos preços no mercado brasileiro. 

No interior do país, a soja balcão em Sorriso, Mato Grosso, fechou com R$ 63,00 por saca e alta de 5% nesta segunda. Em mais praças de comercialização, os ganhos passaram de 0,50%. 

Já nos portos, a reação não foi a mesma e as referências recuaram. Em Paranaguá, a soja disponível fechou o dia com R$ 79,00 por saca e queda de ,75%, enquanto para agosto, perda de 0,62% para R$ 80,00. Em Rio Grande, R$ 79,00 e R$ 79,50, com estabilidade nos dois casos. 

Tags:

Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

CEPEA/ABIOVE: Com quebra de safra, agroindústria ameniza queda do PIB da soja e do biodiesel
Soja: Mercado atua com estabilidade em Chicago, testando os dois lados da tabela nesta 4ª
Soja respira após sessões consecutivas de baixas intensas e sobe em Chicago nesta 4ª feira
Cima favorável nos EUA, demanda fraca pelo produto americano e rumores sobre retenciones na Argentina pressionam soja em Chicago
Preços da soja seguem recuando em Chicago nesta 3ª feira, acompanhando derivados
Soja: Mercado testa novas baixas expressivas em Chicago nesta 3ª, na esteira do trigo que perde mais de 2%