Modelos atualizados mostram mais chuvas até 13 de junho e soja fecha com forte alta

Publicado em 30/05/2019 17:23
Mapa mostra volumes ainda muito elevados chegando ao coração do Corn Belt

O mercado internacional da soja voltou a intensificar seus ganhos na Bolsa de Chicago e fechou o dia subindo mais de 17 pontos nos principais contratos no pregão desta quinta-feira (30). O contrato julho fechou o dia com US$ 8,89 e o agosto, US$ 8,95 por bushel. Mais uma vez, as posições mais distantes superaram o patamar dos US$ 9,00. 

O clima muito ruim para a nova safra de grãos dos Estados Unidos continua sendo o principal catalisador das cotações da oleaginosa na CBOT. As chuvas continuam chegando de forma muito agressiva ao Meio-Oeste norte-americano e as previsões mostram sua continuidade pelas próximas semanas. 
Confirmadas, as precipitações mantêm o plantio atrasado, os produtores preocupados e o mercado dos grãos altista em Chicago. 

"Os modelos climáticos atualizados no meio do dia desta quinta se apresentaram mais úmidos e, com certeza, mais problemáticos para a próxima semana. O preço pode incentivar o plantio o quanto quiser, mas ainda está chovendo muito", diz o economista chefe de commodities da INTL FCStone, Arlan Suderman. 

O mapa abaixo é do modelo GFS e mostra elevados acumulados de chuvas até 13 de junho, no coração do Corn Belt, em estados como Iowa, Illinois, Nebraska, Kansas e Missouri. Os problemas, porém, são generalizados. 

"Até com que as atualizações do clima começem a trazer um cenário mais estável, com precipitações regulares e temperaturas normais, as cotações na CBOT não irão interromper o movimento de alta", dizem os diretores da ARC Mercosul.

GUERRA COMERCIAL

Embora este não seja mais o fator central do mercado, ao menos nesse momento, os traders ainda acompanham, mesmo os desdobramentos da guerra comercial. 

O novo movimento foi feito pela nação asiática que suspendeu novas compras de soja no mercado norte-americano. De acordo com fontes familiarizadas com o assunto e que deram entrevista à agência internacional Bloomberg, a medida foi adotada na medida em que as tensões entre os dois países se intensifica. 

Com chineses e americanos ainda em desacordo, os compradores da China interromperam as ordens de aquisição de soja dos EUA e a retomada das operações não está prevista até que seja firmado um acordo entre os dois. A vantagem para o produto do Brasil, portanto, passa a ser ampliada. Os prêmios ainda fortalecidos e se valorizando confrimam esse bom momento. 

Veja mais:

>> China bloqueia novas compras de soja nos EUA e amplia vantagem do Brasil 

MERCADO BRASILEIRO

No Brasil, as cotações seguem em alta e subiram até 4% no interior do país nesta quinta-feira. Os ganhos foram registrados em Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, em Mato Grosso. As altas, mais uma vez, foram generalizadas. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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