Soja fecha com mais de 20 pts de alta em Chicago e preços acompanham no Brasil

Publicado em 28/05/2019 17:06

Os preços da soja fecharam o pregão desta terça-feira (28) com mais de 25 pontos de alta na Bolsa de Chicago. As cotações seguem motivadas pelo cenário de clima extremamente desfavorável no Meio-Oeste americano e que tem causado muitas preocupações entre os produtores. Estimativas indicam que este ano poderá marcar o recorde de maior área sem ser plantada no país em função das adversidades climáticas. 

Assim, o contrato julho terminou o dia com US$ 8,56 por bushel, enquanto o agosto foi a US$ 8,62.

O mercado reflete não só as previsões de muita chuva nas próximas semanas nos EUA, mas também os elevados acumulados que foram registrados nos últimos dias, os quais continuaram impedindo o avanço do plantio norte-americano. 

De acordo com dados do Farm Futures, mais do que o dobro de chuvas esperado para a semana passada chegaram aos EUA, o que manteve o avanço do plantio 2019/20 ainda bastante tímido. Além disso, tais condições já causam também uma expressiva perda de qualidade das lavouras em todo o país. 


Para os próximos sete dias, de acordo com o mapa atualizado pelo NOAA, o serviço oficial de clima dos EUA, e válido até 4 de junho, os estados do Missouri, Oklahoma, Kansas, partes de Iowa e Illinois e das Dakotas deverão receber volumes de 25 a mais de 100 mm de chuvas.

Leia mais:

>> EUA: Previsões trazem chuvas de mais de 100 mm no Corn Belt nos próximos 7 dias

E as expectativas continuam indicando que os trabalhos de campo não poderão, de fato, ser realizados nas próximas semanas. "Eles não conseguirão entrar naqueles campos, não há como. Os campos estão encharcados. Este é um típico e tradicional momento de mercado climático. Todo o foco está sobe quantos acres não serão plantados e quando a chuva irá parar", disse Michael Seery, presidente da consultoria internacional Seery Futures à Reuters Internacional. 

MERCADO NACIONAL

Os preços no mercado brasileiro subiram de forma considerável, acompanhando os ganhos em Chicago e registraram um avanço de até 3,6%, como foi o caso e Assis, em São Paulo, onde o valor da saca ficou em R$ 72,00. 

Nos portos, as altas também foram importantes e variaram entre 1,86% e 2,47% entre as referências do disponível e para junho nos terminais de Rio Grande e Paranaguá, com os valores variando entre R$ 81,00 e R$ 83,00 por saca. 

Como explicou o diretor do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa, em entrevista ao Notícias Agrícolas, as fortes altas de Chicago não terão força para anular a escalada dos prêmios observada no Brasil nas últimas semanas, uma vez que a demanda maior segue focada aqui no Brasil. "A China não está comprando soja nos EUA, está comprando no Brasil", diz. 

Tags:

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Milho fecha 4ª feira com baixas na B3, sentindo peso de Chicago e de mais oferta no Brasil
Desequilíbrio entre oferta e demanda no mundo deve derrubar preços da soja em 2025; antecipar vendas da safra nova pode ser boa estratégia
CEPEA/ABIOVE: Com quebra de safra, agroindústria ameniza queda do PIB da soja e do biodiesel
Soja: Mercado atua com estabilidade em Chicago, testando os dois lados da tabela nesta 4ª
Soja respira após sessões consecutivas de baixas intensas e sobe em Chicago nesta 4ª feira
Cima favorável nos EUA, demanda fraca pelo produto americano e rumores sobre retenciones na Argentina pressionam soja em Chicago