China anuncia retaliação aos EUA com aumento das tarifas em 1º de junho, soja cai forte

Publicado em 13/05/2019 09:42
Aumento acontece em 1º de junho; em Chicago, vencimento julho opera abaixo dos US$ 8/bushel

A China informou há pouco que irá aumentar tarifas sobre US$ 60 bilhões em produtos chineses em 1º de junho, segundo informa a agência internacional de notícias Bloomberg. Cerca de 2,493 mil itens terão suas taxas elevadas para 25%, de acordo com informações do site do governo chinês. 

A China informou há pouco que irá aumentar tarifas sobre US$ 60 bilhões em produtos chineses em 1º de junho, segundo informa a agência internacional de notícias Bloomberg. Cerca de 2,493 mil itens terão suas taxas elevadas para 25%, de acordo com informações do site do governo chinês. 

O anúncio oficial fala ainda de aumentos que podem variar de 10 a 25% e que produtos que são taxados em 5% não sofrerão mudanças. O Ministério das Finanças afirmou, na nota divulgada nesta segunda-feira, que isto é "uma resposta ao unilateralismo e ao protecionismo comercial".

Além disso, o comunicado continua dizendo que "a China espera que os EUA voltem ao trilho certo das negociações de um comércio bilateral, trabalhando junto com a China para que encontre o país na metade do caminho para um acordo que seja mutualmente benéfico, com respeito, igualdade e ganhos para ambos". 

Trump afirmou que a China estaria 'jogando com o tempo' e alertou o governo de Xi Jinping que poderia oferecer um "acordo muito mais difícil" se for reeleito em 2020. 

A intensificação da guerra comercial já provoca reações em todo o mercado financeiro mundial e as commodities reagem de forma bastante agressiva às últimas informações. Na Bolsa de Chicago, por volta de 9h25 (horário de Brasília), os futuros da soja perdiam mais de 12 pontos nos principais vencimentos e o contrato julho/19 já perdia os US$ 8,00 por bushel, sendo cotado a US$ 7,96. 

Os preços da commodity são os mais baixos em 10 anos e refletem, principalmente, os altos estoques norte-americanos e a demanda mais lenta da China neste momento, maior comprador mundial. 

"Com as cotações de soja no menor nível em mais de uma década, reflexo de estoques recorde nos EUA, gripe suiína reduzindo a demanda para soja na China e uma piora na guerra comercial EUA/China, o interesse de compra continua fraco", explica o diretor da Cerealpar, Steve Cachia.

Depois da visita do vice premier Liu He a Washington, a nação asiática já avisou que irá retaliar os últimos movimentos do governo Trump. Os americanos, afinal, deram início a uma nova rodada de tarifações, agora sobre US$ 300 bilhões em produtos chineses. 

Assim, um acordo entre as duas maiores economias do mundo parece cada vez mais distante. A boa notícia, em meio a todo esse turbilhão, é de que enquanto conflita com os EUA, a China segue comprando mais soja na América do Sul, especialmente no Brasil, o que já motivou, inclusive, uma boa reação dos prêmios nos portos do país. 

Leia mais:

>> Guerra comercial China x EUA se intensifica com novas ameaças de ambos os lados

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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