Soja volta a subir nos portos do Brasil com demanda forte e ligeira melhora dos prêmios

Publicado em 27/02/2019 18:20

Os prêmios da soja voltaram a subir nos portos do Brasil nesta quarta-feira (27). Mesmo com Chicago estável e o dólar que pouco tem mudado - fechando em queda nesta sessão - a demanda pelo produto brasileiro e prêmios que se apresentam melhores do que há algumas semanas, as cotações são melhores e começam a se mostrar mais atrativas para os produtores brasileiros. 

A soja disponível fechou o dia com R$ 78,00 no terminal de Parnaguá e R$ 77,30 em Rio Grande, com ganhos de, respectivamente, 0,65% e 0,39%. Já a referência março, foi a R$ 78,50 e R$ 77,80, subindo 0,64% e 0,39%. 
No interior do país, as cotações corrigiram parte das boas altas observadas na terça-feira (26), acompanhando a combinação de baixas da moeda americana e na Bolsa de Chicago, de pouco menos de 1 ponto entre os principais vencimentos. 

Essa maior firmeza vista nos preços das soja no mercado interno são reflexo, como explica o Carlos Cogo, diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio, reflete a boa e intensa demanda pelo produto brasileiro neste momento, o que pode ser confirmado pelos números recordes das exportações do Brasil neste início de 2019. 

Além disso, apesar de ainda bem distantes dos elevados patamares do ano passado, os valores observados no Brasil começam a se recuperar, principalmente para os meses um pouco mais distantes. Enquanto o março tem 52 cents de dólar sobre Chicago, o junho já paga 60. 

"Os prêmios bateram no fundo do poço e agora começam a voltar, e quando observamos mais para frente vemos uma crescente, cada mês que passa é mais alto", explica Cogo. "A paridade de exportação é cada vez mais alta nos portos, e se essa reação acontece em plena colheita brasileira, isso significa que, em algum momento, o exportador vai ter que disputar a oferta com o esmagador interno", completa. 

O resultado seria, portanto, uma entresafra antecipada. Afinal, além do ritmo forte das exportações este ano, o Brasil conta ainda com uma safra menor depois de perdas por problemas climáticos. 

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago, a quarta-feira foi de estabilidade, com os preços sempre atuando com tímidas oscilações, mas testando os dois lados da tabela. No fim do pregão, as perdas foram de menos de 1 ponto. 

O contrato maio/19, que é o mais negociado agora, ficou em US$ 9,16 por bushel. 

O mercado mantém sua defensiva, porém, também sua movimentação técnica na tentativa de recuperar parte das baixas da sessão anterior. Além disso, fevereiro já está quase terminando e às vésperas do início de um novo mês, os traders buscam também estar bem posicionados na CBOT.

Os traders parecem acreditar na proximidade de um acordo entre China e Estados Unidos, porém, ainda carece de que as novas notícias sejam ainda mais consistentes sobre a evolução das negociações entre os dois países. 

"Uma reconciliação política entre os Estados Unidos e a China parece entrar em descrença pela especulação. Além do mais, a suposta promessa chinesa de adicionar um total de US$- 30bi em novas compras de produtos agrícolas estadunidenses neste ano, já tem sido questionada por especialistas asiáticos, que afirmam não haver a viabilidade técnica", explicam os analistas de mercado da consultoria ARC Mercosul.

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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