Soja fecha em queda na CBOT com notícia de que Trump e Xi não se encontram antes do fim da trégua

Publicado em 07/02/2019 17:23

O mercado futuro norte-americano da soja viu as baixas da oleaginosa se intensificarem do meio tarde até o final do pregão desta quinta-feira (7)depois de receber a informação de que os presidentes Donald Trump e Xi Jinping não deverão se encontrar antes do prazo final da trégua proposta na última reunião do G20 que termina no dia 1º de março. 

De acordo com informações de agências internacionais, os líderes das duas maiores economias do mundo que estão no meio de uma disputa comercial desde meados de 2018 não irão se reunir e a notícia acabou renovando as preocupações com as relações entre os dois. 

Assim, as cotações da soja fecharam o dia perdendo mais de 8 pontos nos principais contratos negociados na Bolsa de Chicago, levando o março de volta aos US$ 9,13 e o maio/19 ficou nos US$ 9,27. Esta foi a primeira queda considerável das cotações pela primeira vez em cinco sessões, como noticia a Reuters Internacional. 

"A discussão de que Trump não se encontrará com Xi chamou a atenção do mercado. Não há um acordo próximo. Podemos ver alguma melhora, mas isso é um outro processo", explicou o analista de mercado Rich Nelson, da Allendale Inc, à Reuters.

Um consultor da Casa Branca já havia dito, inclusive, na rede de TV Fox, em entrevista nesta quinta, que há uma considerável distância, neste momento, das conversas entre chineses e americanos. 

O mercado, que está à espera de qualquer novidade que possa alterar o cenário dos preços, se apegou à notícia, especulou sobre ela e realizou lucros. 

Leia mais:

>> Trump e Xi não devem se encontrar antes de prazo das negociações comerciais, dizem autoridades

O que limitou as baixas, porém, foi a cautela mantida pelos traders antes da chegada do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que será divulgado nesta sexta-feira (7). 

As expectativas para as informações são grandes, principalmente, pela falta de novidades relacionadas à guerra comercial entre China e Estados Unidos, e por serem os últimos números para a safra 2018/19 dos EUA, como explica o analista de mercado Todd Hultman, do portal internacional DTN The Progressive Farmer. 

Se espera uma redução, mas tímida, dos estoques finais norte-americanos, uma vez que a demanda chinesa pela soja dos EUA ainda se mantém travada e sendo retomada a passos muito lentos. Assim, o mercado espera por estoques finais dos EUA em 25,04 milhões de toneladas, na média estimada, contra 25,99 milhões do boletim anterior.  

Veja a íntegra das expectativas:

>> USDA: Boletim de fevereiro pode reduzir safras de soja do Brasil, Argentina e EUA

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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