Soja fecha em queda nesta 2ª feira com dados fracos das importações da China

Publicado em 14/01/2019 17:02

Os dados fracos da China pesaram sobre o mercado da soja na Bolsa de nesta segunda-feira (14) e os futuros da commodity terminaram o dia em queda neste primeiro pregão da semana. As cotações foram ampliando suas baixas ao longo do dia, para terminar os negócios perdendo pouco mais de 5 pontos entre os principais vencimentos. 

Dessa forma, o março/19 ficou em US$ 9,04 por bushel, enquanto o maio/19, referência importante para a nova safra do Brasil, ficou em US$ 9,18. 

As importações de soja da China recuam 7,9% em 2018 para 88,03 milhões de toneladas, segundo dados da Secretaria Geral da Alfândega do país. De acordo com informações apuradas pela Reuters Internacional, este é o primeiro recuo da nação asiática em compras de soja desde 2011. 

Em dezembro, as importações chinesas caíram 40,1% em relação ao mês anterior e totalizaram 5,72 milhões de toneladas. Ainda de acordo com a secretaria, em novembro, a China não comprou sequer um grão da oleaginosa norte-americana. 

Os números menores são parte dos resultados da guerra comercial instalada, desde meados de 2018, entre China e Estados Unidos. E apesar dos recentes encontros de delegações de ambos os países, um consenso ainda não foi firmado e o mercado só especula sobre uma possível volta da demada chinesa ao mercado norte-americano. 

O vice premier chinês, Liu He, deverá visitar Washington entre os dias 30 e 31 de janeiro para ampliar as negociações comerciais entre China e Estados Unidos. O encontro acontece após uma visita da delegação americana a Pequim, no início deste mês, para uma nova rodada de conversas. 

Leia mais:

>> Demanda da China por soja busca retomar sua força em 2019

Até que mais informações concretas sobre tudo isso comece a surgir e que os dados oficiais do governo norte-americano voltem a ser divulgados, o mercado segue pressionado e esperando por novidades fortes. 

Do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), chegam apenas parte dos dados, como os embarques semanais que, nesta segunda, vieram em 1.085,251 milhão de toneladas, bem acima das pouco mais de 600 mil da semana anterior. As informações de que o mercado mais sente falta, porém, são as referente às exportações. 

"Sem esses dados, os traders parecem hesitar em comprar mais soja, preocupados com o fato de os números virem mais baixos do que as expectativas", explica o analista de mercado Tony Dreibus ao portal internacional Agriculture.com. 

Da mesma forma, o mercado ainda espera por uma clareza maior sobre a nova safra da América do Sul, principalmente sobre o tamanho da produção brasileira, que ainda vem contabilizando suas perdas. Os números são os mais variados e oscilam entre a estimativa de 110 a 115 milhões da Aprosoja Brasil contra pouco mais de 118 milhões da Conab, reportada na última semana. 

Mercado Brasileiro

Nesta segunda-feira, a combinação de baixas em Chicago mai um recuo do dólar levou a preços menores também no mercado brasileiro. Somente nos portos, as cotações cederam mais de 1%, e no interior fo Brasil foram ainda mais intensas, passando de 4%, como foi o caso de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia. Por lá, a saca ficou em R$ 63,00. 

No terminal de Rio Grande, R$ 75,00 no disponível, com baixa de 1,70% e R$ 74,50 para fevereiro, perdendo 1,72%. Em Paranaguá, queda de 1,71% e 1,82%, para R$ 74,70 e R$ 74,80, respectivamente. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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