Soja: Com expectativas sobre China, mercado em Chicago fecha com mais de 1% de alta no último pregão de 2018

Publicado em 28/12/2018 17:10

Mais uma vez faltaram novidades para o mercado da soja na Bolsa de Chicago, porém, neste último pregão de 2018, os traders apostaram nas altas e os futuros da oleaginosa subiram mais de 1% nesta sexta-feira (28). Segundo analistas internacionais ouvidos pelo site internacional Agriculture.com, há especulações de vendas não reportadas para a China e demais importadores, como sugeriram as altas de preços desta sessão. 

Nas últimas duas semanas, os chineses compraram mais de 2 milhões de toneladas de soja como parte da trégua firmada entre Donald Trump e Xi Jinping. O volume acabou frustrando um pouco o mercado, mas, ao mesmo tempo, trouxe uma sinalização positiva ao mercado. Os dois líderes voltam a se encontrar em janeiro para dar continuidade às negociações em torno da guerra comercial. 

Assim, os contratos mais negociados na Bolsa de Chicago terminaram o dia subindo mais de 13 pontos, com o janeiro/19 valendo US$ 8,82 por bushel, enquanto o maio/19 ficou em US$ 9,08. Com esse avanço, as cotações marcaram suas máximas em mais de uma semana. 

O mercado segue acompanhando a disputa comercial entre China e Estados Unidos e já aguarda o dia em que voltam a se encontrar líderes americanos e chineses no começo de janeiro de 2019. E as expectativas são de mais compras voltando a acontecer no começo do novo ano. 

Além do mais, depois das últimas baixas e frente à necessidade dos ajustes de final de ano, os traders optaram por se reposicionar e retomar parte das recentes quedas com as altas desta sexta. 

"Acredito que o mercado esteja empolgado com a possibilidade de as declarações recentes de que a China estaria menos dura frente às relações", explica o analista de mercado da Price Future Group, Jack Scoville à Reuters Internacional. 

Da mesma forma, os analistas e participantes do mercado também avaliam a nova safra brasileira, porém, as expressivas perdas que já estão consolidadas no Brasil. Há baixas nos principais estados produtores do país, porém, que ainda não são refletidas pelos preços na CBOT, uma vez que por lá a realidade americana ainda pesa mais. 

E ara 2019, as expectativas indicam uma demanda ainda bastante forte pela soja brasileira, o que deverá favorecer os prêmios e os preços do produto nacional. 

“Dada a forte demanda pelo produto brasileiro, nós vamos entrar 2019 com um estoque menor o que reduz a disponibilidade de produto e, por tanto, não é possível atingir os mesmos patamares de 2018 em termos de exportações. Se houver uma solução definitiva ou uma trégua mais alongada no conflito Estados Unidos e China, o mercado chinês vai se abastecer de uma maneira mais rápida com a soja américa, o que libera mais produto para ser processado no Brasil. Essa é a razão da nossa projeção um pouco menor para o ano que vem face 2018, mas ainda assim estamos falando em volumes muito altos face toda a série histórica”, acredita o gerente de economia da Abiove (Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais), Daniel Amaral em entrevista ao Notícias Agrícolas. 

Veja mais:

>> Em 2019, Brasil deverá continuar como principal fornecedor global de soja, mas com relações mais equilibradas

Tags:

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Milho fecha 4ª feira com baixas na B3, sentindo peso de Chicago e de mais oferta no Brasil
Desequilíbrio entre oferta e demanda no mundo deve derrubar preços da soja em 2025; antecipar vendas da safra nova pode ser boa estratégia
CEPEA/ABIOVE: Com quebra de safra, agroindústria ameniza queda do PIB da soja e do biodiesel
Soja: Mercado atua com estabilidade em Chicago, testando os dois lados da tabela nesta 4ª
Soja respira após sessões consecutivas de baixas intensas e sobe em Chicago nesta 4ª feira
Cima favorável nos EUA, demanda fraca pelo produto americano e rumores sobre retenciones na Argentina pressionam soja em Chicago