MT pode colher em dezembro; Plantio de soja 18/19 chega a 89% da área, diz AgRural

Publicado em 24/11/2018 18:13

SÃO PAULO (Reuters) - O plantio da safra de soja 2018/19 no Brasil alcançou nesta semana 89 por cento dos 35,8 milhões de hectares estimados, ante 84 por cento há um ano e 78 por cento na média de cinco anos, informou a AgRural nesta sexta-feira.

A semeadura desta temporada é a mais rápida já registrada na série histórica, graças às condições favoráveis em praticamente todo o país.

Em Mato Grosso, o maior Estado produtor, os trabalhos foram praticamente concluídos, com 99,5 por cento da área já plantada, e as lavouras se desenvolvem bem devido às chuvas frequentes e aberturas de sol.

A consultoria destacou que no médio-norte e no oeste mato-grossense, as lavouras devem estar prontas para a colheita já no fim de dezembro.

No Paraná, segundo maior produtor do país, o plantio chegou a 95 por cento da área, um ponto percentual abaixo do registrado no ciclo passado.

"As lavouras (paranaenses) se desenvolvem bem, mas agora há certa preocupação justamente por conta da queda dos termômetros, que pode resultar em desenvolvimento mais lento das plantas", disse a AgRural em seu relatório semanal.

MILHO

O semeio da primeira safra de milho no centro-sul do Brasil chegou a 97 por cento da área total estimada, contra 71 por cento da área em 2017 e 80 por cento na média de cinco anos.

Faltando apenas a conclusão do plantio em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, as plantações se desenvolvem bem e a perspectiva é de uma boa safra, informou a consultoria.

Safras prevê produção recorde de soja no Brasil em 18/19, aumento em milho

SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil deverá produzir um recorde de soja na safra 2018/19, em meio a um aumento de área plantada e condições climáticas favoráveis, disse nesta sexta-feira a Safras & Mercado, apostando também em uma forte recuperação na produção de milho.

Maior exportador global, o Brasil deverá colher 122,2 milhões de toneladas de soja no ciclo vigente, em fase final de plantio.

De acordo com a consultoria, o volume supera os 121,06 milhões da previsão anterior, de setembro, e também os 120,8 milhões de 2017/18.

A área plantada com a commodity deve alcançar históricos 36,4 milhões de hectares, praticamente estável em relação à última estimativa, mas acima dos 35,1 milhões de 2017/18.

Com o plantio avançando e um bom panorama inicial para o desenvolvimento das lavouras, as atenções agora se voltam totalmente para o clima, destacou a Safras & Mercado.

"O potencial da safra brasileira é novamente recorde, mas apenas um clima positivo ao longo dos próximos meses permitirá que a nova produção supere a do ano passado", afirmou o analista da consultoria, Luiz Fernando Roque.

Na véspera, a Agroconsult também fez projeções e disse que o Brasil tem potencial para produzir até 129 milhões de toneladas de soja nesta safra.

No início deste ciclo, chuvas em bons volumes têm garantido a umidade no solo, ao contrário do observado há um ano, quando uma estiagem entre setembro e outubro assustou os produtores.

MILHO E ALGODÃO

Para o milho, a Safras & Mercado elevou sua estimativa de produção em 2018/19 a 94,9 milhões de toneladas, de 94,2 milhões na previsão anterior.

Do total, 62,1 milhões de toneladas seriam de segunda safra, a chamada "safrinha", colhida em meados do próximo ano e que responde pelo grosso da produção brasileira do cereal. O aumento anual seria de quase 30 por cento.

O volume esperado para a safra total de milho do país em 2018/19 supera em 18,6 por cento o registrado na temporada passada, marcada por área menor e adversidades climáticas.

Conforme a Safras & Mercado, a área total com milho neste ciclo deverá crescer 3,5 por cento na comparação anual, para 16,8 milhões de hectares.

Em paralelo, a consultoria disse que a produção brasileira de algodão deverá totalizar 2,48 milhões de toneladas de pluma em 2018/19, subindo 18,6 por cento sobre o ano anterior. Na estimativa anterior, eram esperados 2,24 milhões de toneladas.

Segundo o analista Élcio Bento, os bons resultados auferidos na última temporada levarão os produtores de algodão a plantar uma área recorde, de 1,42 milhão de hectares, alta de quase 20 por cento ante 2017/18.

"O recente enfraquecimento das cotações não chegou a inibir o interesse pelo cultivo, pois boa parte foi comercializada de forma antecipada", disse.

"A confirmação dessa produção recorde, diante de um consumo interno ainda fraco, tornará ainda mais importante o escoamento via exportação... Sem isso, corre-se o risco de o mercado interno enfrentar um aumento expressivo dos estoques de passagem", concluiu.

MT terá quase 5% da soja da nova safra já colhida no início de janeiro, estima Imea

SÃO PAULO (Reuters) - O Mato Grosso deverá ter quase 5 por cento da sua produção total projetada de soja já colhida no primeiro terço de janeiro, contra cerca de 1 por cento no mesmo período da safra anterior, à medida que o Estado executou o plantio mais rápido da história favorecido por boas condições climáticas, avaliou o instituto de análises Imea.

O índice deverá representar aproximadamente 1,5 milhão de toneladas da oleaginosa, de uma safra total projetada pelo Imea em 32,4 milhões de toneladas, o que deve aliviar um pouco o mercado, que estará enfrentando uma situação de estoques praticamente zerados após exportações recordes neste ano.

O início da colheita precocemente em Mato Grosso, maior produtor brasileiro de soja, pode ser boa notícia também para a China, maior importador global, que no momento está em disputa comercial com os Estados Unidos, tradicionalmente o principal concorrente do Brasil no mercado de exportação da oleaginosa.

"Potencialmente, pode estar perto de 5 por cento do total colhido... Teria uns 450 mil hectares colhidos", disse à Reuters o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca, lembrando que o Estado havia colhido 1,3 por cento da área quando o Imea divulgou sua primeira estimativa de colheita da safra passada, com base em 12 de janeiro.

O Imea divulgou nesta sexta-feira o seu boletim de plantio, mostrando que os trabalhos estão praticamente finalizados.

Segundo ele, os dados apontam que a colheita de Mato Grosso poderá ter início entre os dias 20 e 21 de dezembro, nas regiões oeste e sudoeste, que plantam antes para fazer uma segunda safra de algodão.

Mas, até o final de dezembro, ele acredita que o volume colhido seja pequeno, ficando em torno de 1 por cento.

Questionado se as primeiras colheitas iriam para a indústria local ou exportação, ele disse que é difícil afirmar no momento. Mas arriscou que potencialmente as cargas seriam tomadas por exportadores.

O rápido plantio em Mato Grosso está impulsionando a média dos trabalhos no Brasil.

Segundo informou nesta sexta-feira a consultoria AgRural, o plantio da safra de soja 2018/19 no Brasil alcançou nesta semana 89 por cento dos 35,8 milhões de hectares estimados para o país, ante 84 por cento nesta época na temporada passada.

Analistas apontaram nesta semana que a safra está se desenvolvendo muito bem, tendo o melhor início da história, nas palavras da Agroconsult, que vê potencial para o Brasil produzir até 129 milhões de toneladas.

Brasil pode ter colheita recorde de algodão neste ano (Ag. Brasil)

O Brasil deve fechar 2018 com recorde de exportação de algodão e se consolidar na segunda posição do mercado mundial da pluma. Nunca na história do país houve tanta colheita de algodão como na última safra: 2,1 milhões de toneladas. É uma quantidade atingida exatamente no momento em que ocorrem negociações externas em relação ao produto.

Enquanto o consumo doméstico é mantido estável em cerca de 700 mil toneladas, as exportações deverão alcançar 1,2 milhão de toneladas, um recorde que pode render a segunda posição do país no mercado internacional, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

A safra já foi toda colhida e parte dela ainda estará sendo beneficiada até junho de 2019 antes de ser levada para fora do país, mas os embarques estão no auge sendo muito provável que antes do final do ano seja alcançado também o recorde de envio em um único mês, segundo o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Henrique Snitcovski.

Ele informou que o maior volume total exportado até agora tinha ocorrido em 2011, com um volume de 1,03 milhões de toneladas e a maior remessa em um único mês foi em outubro do ano seguinte (188 mil toneladas). “O escoamento dessa safra vai fazer com o que o Brasil não apenas bata o recorde, mas também ultrapasse a Austrália e a Índia, tornando-se o segundo maior exportador atrás apenas dos Estados Unidos”, comemorou ele.

O dirigente acrescentou que ,sozinho, os Estado Unidos têm uma oferta de 3,5 milhões de toneladas, ficando com cerca de 40% das vendas globais. E diante da guerra comercial entre os americanos e os chineses, que estão entre os maiores importadores, o Brasil pode ser beneficiado, acredita o presidente da Anea. “A China pode voltar a ser o nosso maior cliente”. No entanto, ele ponderou que os Estados Unidos estarão também aumentando a competitividade com os outros mercados. Hoje o Brasil ocupa a quarta posição no ranking mundial e os principais destinos são Bangladesh, o maior importador mundial, Vietnam, Indonésia, Coréia do Sul e Turquia.

Além dessa posição de importância no mercado mundial, Snitchovski destacou que as projeções são de se manter a produção brasileira em alta, dinamizando toda a cadeia dessa commoditie . Dados da Associação dos produtores do setor indicam que a previsão é a de aumentar em 19% a produção, elevando a colheita para 2,5 milhões de toneladas e uma expansão de 22% na área plantada devendo atingir 1,44 milhão de hectares. As maiores lavouras concentram-se entre o Mato Grosso e a Bahia.

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Fonte: Reuters

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