Soja fecha com novas máximas em 5 semanas em Chicago nesta 3ª, mas recua no Brasil com dólar

Publicado em 02/10/2018 18:20

Nesta terça-feira (2), os preços da soja voltaram a subir na Bolsa de Chicago e fecharam com seus mais elevados patamares em cinco semanas, segundo noticiaram agências internacionais. O contrato novembro/18, que ainda é o mais negociado do momento, fechou o pregão com US$ 8,66. O maio/19, que é referênci para safra do Brasil, recuperou o patamar dos US$ 9,00 e terminou o dia com US$ 9,05 por bushel. 

As cotações da oleaginosa mais uma vez reagiram às adversidades climáticas no Meio-Oeste americano e na demanda pelo produto dos EUA. As altas entre os principais contratos foram de pouco mais de 8 pontos. 

"As chuvas que chegam ao Corn Belt - e mais as outras que estão sendo apontadas nas previsões - foram suficientes para comprometer o ritmo da colheita nos EUA, levando os futuros da soja e do milho para o campo positivo mais uma vez nesta terça", diz o analista do portal Farm Futures Ben Potter. 

E como explicou o analista Marcos Araújo, da Agrinvest Commodities, as preocupações agora se dão com a qualidade da soja nos campos norte-americanos diante do atual quadro climático. 

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou, em seu último boletim semanal de acompanhamento de safras, que 23% da área de soja já havia sido colhida até domingo (30). 

Ademais, as atenções dos traders se voltam também para a questão da demanda, com a China se fazendo presente no mercado, mesmo não comprando nos EUA. A nação asiática conta com boas margens de esmagamento e segue demandando produto brasileiro. E as margens estão positivas mesmo com o grão do Brasil mais caro do que o dos EUA e da Argentina. 

Ainda assim, os preços mais baixos da soja norte-americana acaba atraindo outros compradores extra China, o que se torna mais um fator de estímulo aos preços neste momento. 

Preços no Brasil

No Brasil os preços da soja caíram de maneira generalizada nesta terça-feira. A baixa intensa do dólar - a maior em três meses e meio - acabou pesando sobre as cotações e limitando a boa influência das altas de mais de 1% registradas na Bolsa de Chicago. 

Somente no porto de Paranaguá, a soja disponível caiu 2,06% para R$ 95,00 por saca, enquanto perdeu 4% no futuro, para R$ 84,00. Em Rio Grande, 0,84% de baixa no disponível para R$ 94,20 e de 1,03% na referência novembro/18, para R$ 96,00. 

A moeda americana finalizou o dia recuando 2,08% e valendo R$ 3,9349. "Aparentemente, a maré de Bolsonaro (PSL) parece ter começado a virar....Nas últimas duas semanas,... muitos começavam a prever que Bolsonaro não iria mais crescer nas pesquisas e que Fernando Haddad poderia empatar...ainda no primeiro turno. Mas os números de ontem mostraram uma invertida", avaliou a corretora Guide em relatório, segundo noticiou a agência Reuters.

Leia mais:

>> Dólar tem maior queda em três meses e meio e termina a R$ 3,93, com avanço de Bolsonaro em pesquisa

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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