Soja sobe forte em Chicago com clima nos EUA e puxa preços no mercado brasileiro nesta 2ª

Publicado em 01/10/2018 18:09

Nesta segunda-feira (1), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago terminaram o dia com altas de 11,50 a 12,25 pontos entre os principais vencimentos, ou mais de 1%. Ao longo do dia, porém, esses avanços foram ainda mais intensos e passaram de 2%. 

O vencimento novembro/18 fechou com US$ 8,57 por bushel, enquanto o maio/19 foi a US$ 8,97 por bushel. 

Com essas altas e mesmo diante de uma queda do dólar, que levou a moeda americana a R$ 4,01 neste início de semana, mês e trimestre, os preços da soja subiram também no mercado brasileiro. 

Somente em Rio Grande, a soja disponível subiu mais de 1% e as cotações variaram entre R$ 95,00 e R$ 97,00 por saca, enquanto o produto spot no terminal de Paranaguá foi a também R$ 97,00, com alta de 1,04%. Para a safra nova, no porto paranaene, o último preço foi de R$ 87,50 e ganho de 0,57%. 

Para o mercado brasileiro, as atenções estão voltadas, principalmente, à questão financeira e cambial, uma vez que chegou, enfim, o final de semana das eleições presidenciais. Assim, como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, "o dólar pode flutuar mais nesta semana", o que deve deixar os negócios mais escassos. 

Mercado Internacional

O mercado ganhou força depois de iniciar o dia trabalhando com estabilidade e na tentativa de recuperação depois das baixas da última sexta-feira (28), quando sentiu a pressão dos estoques trimestrais norte-americanos reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 

Além disso, as cotações ganham suporte também no cenário adverso de clima para a evolução da colheita nos Estados Unidos, como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. "Há muita chuva nesse momento e não tem condições de colheita na metade norte do cinturão", diz. 

Em estados como Iowa, Indiana, Nebraska, pontos de Illinois, os trabalhos de campo já estão paralisados ou acontecendo em ritmo mais lento do que o registrado há alugmas semanas. 

Como explica a consultoria internacional AgResource Mercosul (ARC), as projeções climáticas atualizadas no fim da última sexta mostram "um padrão de chuvas constantes e temperaturas mais frias, para os próximos 10 dias, ao centro-norte do Cinturão Agrícola. A cada 2-3 dias, rodadas de precipitações significantes serão presentes nas Planícies e no Cinturão, reduzindo o progresso da colheita, que até o momento seguia em ritmo recorde".
 

Previsão de chuvas para os próximos 5 dias nos EUA - Fonte: NOAA

Ainda assim, a consultoria afirma também que tal padrão climático, porém, não deverá trazer prejuízos à saúde, qualidade e produtividade dos grãos no campo, ao menos até estes momento. "A capacidade de colheita norte-americana continua alta com a frota agrícola renovada recentemente, por grande parte dos produtores do país", diz o boletim da ARC.

Leia mais:

>> EUA: Colheita perde ritmo no Corn Belt com excesso de chuvas

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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