Soja fecha em queda na CBOT pressionada pela guerra comercial; preços recuam em Paranaguá

Publicado em 17/09/2018 17:38

Os preços da soja trabalharam o dia todo em campo negativo na Bolsa de Chicago para encerrar o pregão desta segunda-feira (17) recuando pouco mais de 7 pontos entre os principais contratos. O vencimento novembro/18, que ainda é referência para o mercado, ficou nos US$ 8,23 por bushel. 

O mercado segue pressionado pela tensão ao redor da guerra comercial entre China e Estados Unidos, com a possibilidade de mais US$ 200 bilhões em taxações americanas sobre bens chineses. A disputa já se arrasta desde maio, compremetendo intensamente a demanda pela soja dos EUA. 

No fim da tarde desta segunda, o presidente Donald Trump informou que fará o anúncio das novas tarifas após o fechamento do mercado financeiro ameriano. A China, por sua vez, diz que não ficará na defensiva diante de mais essa medida do governo americano e que irá retaliar. 

"Será um monte de dinheiro entrando nos cofres dos Estados Unidos da América. Muito dinheiro entrando", disse Trump a repórteres na Casa Branca. "Mas vocês verão o que estamos fazendo logo depois do fechamento dos negócios hoje", como noticiou a Reuters. 

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Ademais, as cotações da oleaginosa seguem sofrendo com a pressão do início efetivo da colheita nos Estados Unidos e, como explicam analistas internacionais, o ritmo deverá ser recorde este ano. A chegada de uma oferta também recorde ao mercado pesa sobre os preços e sobre os prêmios da soja americana, os quais recuaram, somente nesta quinta, cerca de 15 cents de dólar. 

E embora haja ainda a preocupação dessa maior oferta, a queda das referências em Chicago e dos prêmios poderiam, por outro lado, atrair mais compradores para a soja dos Estados Unidos, que fica mais barata se comparada aos demais fornecedores neste momento. 

Nesta segunda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos)anunciou, nesta segunda-feira (17), a venda de 241 mil toneladas de soja da safra 2018/19 para destinos não revelados. 

Ainda assim, os números dos embarques norte-americanos apresentaram um ligeiro recuo na semana, também de acordo com o USDA. 

Na semana encerrada em 13 de setembro, os EUA embarcaram 784,752 mil toneladas de soja, contra 926,332 mil da semana anterior. Assim, o total dos embarques acumulados na temporada já chegam a 1.618,397 milhão de toneladas, contra pouco mais de 2,03 milhões do ano passado, nessa mesma época. 

Preços no Brasil

No Brasil, os preços recuaram nesta segunda-feira frente a combinação do recuo em Chicago e da movimentação limitada do dólar. A moeda americana perdeu quase 1% depois da pesquisa eleitoral mostrando uma melhora de Jair Bolsonaro, do PSL, entre as intenções de voto e fechou com R$ 4,1252. 

"Tanto a economia quanto o mercado financeiro estão com uma expectativa tão baixa pelo resultado das eleições que agora, com a queda do candidato (Geraldo) Alckmin nas pesquisas, qualquer reação positiva de Bolsonaro que possa evitar o retorno da esquerda já causa um alívio imenso", comentou o diretor da More Invest Gestora de Recursos, Leonardo Monoli à Reuters.

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Assim, a soja disponível foi aos R$ 98,00 no porto de Paranaguá, perdendo 2%, enquanto cedeu 1,15% no futuro, para março/19, valendo R$ 86,00 por saca. Já em Rio Grande, a soja disponível subiu 0,75% para R$ 94,00 e 1,06% para R$ 95,00 na referência outubro. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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